Longe do braseiro, ela perdeu o brilho e se apagou. Logo, era somente um carvão coberto de cinza.
Era um singelo templo, frequentado por moradores da região daquele distante bairro de Londres.
Os anos se passavam e o pequeno grupo se mantinha constante nas reuniões, ocupando sempre os mesmos lugares.
Foi por isso mesmo muito fácil ao pastor descobrir, certo dia, uma cadeira vazia. Estranhou, mas logo esqueceu.
Na semana seguinte, a mesma cadeira vazia lá estava e ninguém soube informar o que estava acontecendo.
Na terceira ausência, o pastor resolveu visitar o faltoso. No dia frio, foi encontrá-lo sentado, lendo, muito confortável, em frente da lareira de sua casa.
-Você está doente, meu filho? -Perguntou.
A resposta foi negativa. Ele estava bem.
-Talvez esteja atravessando algum problema -ousou falar o pastor, preocupado.
Mas estava tudo em ordem. E o homem foi explicando que, simplesmente, deixara de comparecer. Afinal, ele frequentava o templo há mais de 20 anos.
Sentava na mesma cadeira, pronunciava as mesmas orações, lia as mesmas passagens evangélicas, ouvia os mesmos sermões. Não precisava mais comparecer. Ele já sabia tudo de cor.
O pastor refletiu por alguns momentos. Depois, se dirigiu até a lareira, atiçou o fogo e de lá retirou uma brasa.
Ante o olhar surpreso do dono da casa, colocou a brasa sobre a soleira de mármore, na janela.
Longe do braseiro, ela perdeu o brilho e se apagou. Logo, era somente um carvão coberto de cinza.
Então, o homem entendeu. Levantou-se de sua poltrona, caminhou até o visitante e falou: -Tudo bem, pastor, entendi a mensagem.
E voltou a frequentar o templo.
[com base em texto de Richard Simonetti e na Red. do Momento Espírita]
Todos somos brasas no braseiro da fé.
Se mantemos regular frequência ao templo religioso, seja qual for a religião, estudando e trabalhando, nos conservamos acesos e quentes.
Mas exatamente como fazem as brasas, é preciso estender o calor. Assim, acostumemos a não somente orar, pedir e esperar graças. Iluminados pelo amor, nos disponhamos a agir em favor dos nossos irmãos.
Como as brasas unidas se transformam em um imenso fogaréu, clareando a escuridão e aquecendo as noites gélidas, unidos aos nossos irmãos de ideal, poderemos estabelecer o calor da esperança em muitas vidas.
Abrasados pelo amor ao próximo, poderemos transformar horas monótonas em trabalho no bem. A simples presença na assembleia da nossa fé, em um dinâmico trabalho de promoção social, beneficiando a comunidade.
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