A Renault anunciou uma mudança de estratégia no mercado, a marca vai abraçar os carros elétricos com um plano que irá acelerar etapas e construir um portfólio até 2030. Os novos carros Renault devem ser elétricos e produzidos no Brasil, já que a marca anunciou um investimento em R$ 1,1 bilhão nos próximos anos na fábrica em São José dos Pinhais (PR).
O aporte bilionário será utilizado no lançamento de cinco novos veículos até o primeiro semestre de 2022, com renovação de modelos atuais e o lançamento de dois novos modelos elétricos. Uma das principais novidades deve ser o SUV Captur reestilizado, que deve estrear o motor 1.3 TCe Turbo.
Segundo o CEO da Renault, Luca De Meo, a fabricante decidiu impulsionar ainda mais a eletrificação. A ideia é apostar numa reorganização societária profunda com foco em novas tecnologias que permitam alcançar uma produção mais eficiente e trabalhando também na segunda vida das baterias.
Até 2030, a marca espera ter 90% das vendas advindas de carros elétricos
Luca explica que o objetivo da marca é se estabelecer como o grupo mais verde da Europa com um mix de lançamentos. A expectativa é que 90% dos carros vendidos até 2030 sejam exclusivamente elétricos.
Segundo o executivo, a marca já investiu 5 bilhões de euros em eletrificação e o investimento deve seguir forte nos próximos cinco anos. A intenção é reduzir os custos da bateria pela metade em 10 anos, considerando que a fabricante já reduziu o valor pela metade nos últimos dez.
ElectryCity
A Renault também anunciou a ElectryCity, que deve iniciar a fusão das fábricas de Douai, Maubeuge e Ruitz, na França. A ElectryCity deve concentrar a produção de carros elétricos da fabricante.
Segundo a marca, o novo complexo de produção da Renault deve estar em pleno funcionamento até 2025, com capacidade para produzir 400 mil carros por ano. A chegada da ElectryCity deve otimizar a rede de fornecedores, unindo estruturas auxiliares em entidades centralizadas e criando 700 novos postos de trabalho, que irão reduzir os custos da fabricante em 3%.
Para encurtar a cadeia de valor, a marca deve inaugurar uma fábrica de baterias que atingirá 24 GWh por ano.
Novos pilares de produção
A mudança de estratégia da Renault visa ampliar a produção de carros elétricos. Com isso, a fabricante dá origem a uma gama elétrica através de novas plataformas, motores e baterias. A marca deve usar duas plataformas modulares.
A primeira é a CMF-EV, que deve focar nos carros de segmento C e D. A expectativa de estreia no mercado será em 2022 com o Megane Elétrico e em 2025 deve alcançar a produção de 700 mil automóveis por ano.
A segunda plataforma é a CMF-BEV é uma linha de produção focada em veículos do segmento B, que deve estrear em 2025 com o modelo Renault 5. A expectativa é que a produção atinja até 3 milhões de veículos com emissão zero em um ano.
Motores compactos
A Renault está utilizando motores EESM que não usam ímãs de metais raros, sendo mais eficientes em rodovias ou condições de condução de carga média e otimizam o consumo de energia em circuitos mistos.
A ideia é evoluir até 2024 com o lançamento de uma nova geração de motores mais compactos e eficientes. Os novos motores devem reduzir os custos em até 30%, também diminuindo o desperdício de energia em 45%.
Com a chegada do novo CEO, Luca De Meo, a Renault deve abandonar a estratégia de aumentar a sua fatia de participação no mercado. Então, os carros grandes e baratos da marca devem ficar para trás.
A fabricante deve apostar em segmentos lucrativos, produzindo veículos mais caros para aumentar o lucro da marca no Brasil. A marca deve remodelar modelos conhecidos no país como o Logan, o Sandero e o Kwid.
