O novo ministro da Saúde (o quarto durante a pandemia), Marcelo Queiroga, está no caminho certo. Ele defende o uso de máscara, o distanciamento social e a vacinação em massa para conter a Covid-19. Tudo o que a ciência defende e que o presidente Jair Bolsonaro contestava.
O novo ministro, um médico respeitado, precisa de um tempo para corrigir as besteiras feitas por seu antecessor, o general três estrelas Eduardo Pazuello, que pode entender de quartéis, mas de saúde pública mostrou que é um zero à esquerda.
Queiroga tem dois problemas adicionais: precisa convencer o chefe, um negacionista convicto, de que é preciso seguir o que recomendam os cientistas e enfrentar a má vontade de grande parte da imprensa, que já perdeu a paciência com Bolsonaro e, por isso, ignora as boas ações que o novo ministro vem defendendo.
Na quinta-feira (25), ao visitar a USP, Queiroga enfrentou uma manifestação de estudantes de medicina que gritavam “mais vacina, menos cloroquina”.
Vários comentaristas da Globo também criticaram o ministro insinuando que ele fora “passear” em São Paulo ao invés de estar preparando um plano consistente de combate à pandemia.
Foram críticas injustas porque Queiroga defende a vacinação e em momento algum recomendou cloroquina.
A tarefa do novo ministro é inglória: terá de lutar contra um vírus que assombra a humanidade e ainda contra um presidente teimoso, que vive no mundo da lua, e se recusa a adotar procedimentos recomentados pela ciência.
Mais do que nunca precisamos de união e de boa vontade.
Deixar a política de lado e apoiar o novo ministro para que ele possa realizar o seu trabalho.
Quanto a Bolsonaro, seus amigos do Centrão já lhe deram uma prensa pública e humilhante. Por bem ou por mal ele terá de recuar.
Os mais de 300 mil mortos, grande parte deles produzidos pela incompetência do governo, foram demais até para a elite do PIB nacional – banqueiros, empresários e economistas.
No Brasil, governo algum resiste quando perde apoio de banqueiro e do Centrão.
Por mais ogro que Bolsonaro seja, ele sabe disso.