O vídeo que mostra bolsonaristas radicais xingando uma mulher que usa máscara para se proteger do coronavírus é o retrato perfeito do mal que a ignorância é capaz de fazer com um país.
A ciência já mostrou que a máscara é um equipamento de proteção eficiente, ao lado do álcool gel, para impedir o avanço da doença e salvar vidas nesses tempos sombrios em que vivemos.
É a nossa melhor defesa enquanto todos não forem vacinados.
Estudos recentes revelam que o uso de duas máscaras faz com que o nível de proteção chegue a 95%.
O problema é que temos um presidente que tem notórios problemas psicológicos e não acredita na ciência.
Vivendo nos tempos da pedra, ou do faroeste – Bolsonaro gosta mesmo é de armas -, o presidente incentiva seus fanáticos seguidores a não usar o equipamento de proteção. Para Bolsonaro, quem usa máscara são os tais “maricas”.
Por sua limitação intelectual, é provável que Bolsonaro tenha sofrido bullying na infância, o que resultou num personagem machão, que acha que tudo se resolve na base da bala e da violência.
Talvez seja esse também o motivo pelo qual ele não se importa com os 265 mil mortos pela covid e tenha dado aquela (mais uma) declaração infeliz: “Chega de frescura e mimimi, vão chorar até quando?”.
Bolsonaro lembra um personagem que foi importante para a ascensão do general Francisco Franco, na Espanha, nos anos 1930.
O general Millán-Astray, um mutilado de guerra, não tinha apreço algum à vida humana.
Em um evento na Universidade de Salamanca, o general Astray, irritado com as ponderações do filósofo e reitor Miguel de Unamuno, disse aos berros “Morra a intelectualidade traidora. Viva a morte!”.
“Viva a morte” virou slogan do general e de seus seguidores malucos.
Resultou na ditadura de Francisco Franco.
Bolsonaro também detesta intelectuais, até porque não entende uma só palavra do que dizem.
Quando debocha do choro de quem perdeu entes queridos na pandemia e induz seus fanáticos a não usarem máscara, Bolsonaro também está, de certa forma, gritando “viva a morte”.
Só Deus sabe quantas pessoas morreram e quantas ainda vão morrer porque seguem o que diz o presidente brasileiro e não usam máscara.
A história humana é recheada de mentes perversas e de líderes doidos de pedra.
Jim Jones, fundador da seita “Templo dos Povos”, levou à morte centenas de seguidores na Guiana em novembro de 1978.
A diferença é que o mito brasileiro talvez não tenha, por absoluta ignorância, a noção de que está provocando a morte de brasileiros que o idolatram.
Aqueles brasileiros que, a exemplo de seu líder, debocham do uso de máscara e estão convencidos de que se tomar a vacina do Doria vão virar “jacaré”.
Essa gente sem noção se contamina e espalha a doença.
Por isso, o Brasil virou epicentro do coronavírus e uma preocupação mundial.
A questão é:
O que fazer quando o país chega nesse estágio de loucura em pleno século 21?