A pandemia tem sido a maior tragédia mundial desde a Segunda Grande Guerra.
Milhares de pessoas estão morrendo e milhões já estão ou ficarão desempregadas.
É um sofrimento coletivo que destroça corações e mentes.
Nestes momentos difíceis, de pesadelo que parece não ter fim, as lideranças fazem a diferença – para o bem e para o mal.
Felizmente para os santistas, o prefeito Paulo Alexandre Barbosa, adotou algumas medidas importantes para preservar vidas e tentar minimizar danos e o sofrimento das pessoas, especialmente dos mais pobres.
O prefeito reduziu seu próprio salário e também o salário de seus secretários – medida simbólica, mas que passa um importante recado para a sociedade -, garantiu testes em massa para os moradores e seguiu as orientações de médicos e especialistas no combate à Covid-19.
Do ponto de vista humanitário, a medida que mais me sensibilizou foi a de abrir as portas do restaurante popular, o tradicional Bom Prato, todas as noites e aos domingos.
Para quem não sabe, o Bom Prato serve café da manhã e almoço aos mais carentes, que pagam o valor simbólico de R$ 1,00 por refeição.
Quando o caldo da pandemia entornou, Paulo Alexandre teve a feliz ideia de abrir o Bom Prato nos finais de semana e, também, à noite, para o jantar.
A pandemia tem sido dura para todo mundo, mas é muito mais dura e cruel para quem passa fome.
Abençoado, pois, seja o prefeito e todas as pessoas que pensam nos deserdados e a eles oferecem um prato de comida, um agasalho, um item de higiene ou uma simples palavra de conforto.
Estou convencido de que a vida é feita de exemplos.
A maioria das pessoas que pratica a solidariedade recebeu o exemplo de seus pais.
Acho que Paulo Alexandre está entre elas.
Seu pai, Paulo Barbosa, foi um garoto pobre que cresceu no Morro do Pacheco, onde começou como engraxate.
O velho Paulo Barbosa nunca esqueceu suas origens e tinha um bom coração.
Você, caro leitor, pode até não gostar do prefeito Paulo Alexandre, discordar da forma como ele administra a cidade, mas estará sendo injusto se não reconhecer que ele tem procurado fazer o melhor pelos santistas, em especial pelos que mais precisam.
Nesta hora difícil, a comida do Bom Prato, faz a diferença, é uma benção para quem não tem o que comer.
Se em Santos o Poder Público faz o que dele se espera, o que podemos esperar de Brasília?
Não muito.
Exemplos, outra vez.
O presidente Jair Bolsonaro acha que já foi contaminado pela Covid-19.
Ele acredita que foi infectado na viagem de volta dos EUA.
Ainda assim, saiu para a rua, abraçou pessoas, pegou criancinha no colo, sem usar sequer uma máscara.
Que tipo de homem é esse?
Que exemplo o presidente da República oferece a seus compatriotas?
Não é surpresa para ninguém, portanto, que Bolsonaro revele desdém pelos mortos e queira esconder do mundo o número real de infectados e, também, o de vítimas fatais.
Bolsonaro parece acreditar que pode matar o vírus com bala de fuzil.
Por isso colocou 30 militares no Ministério da Saúde, comandados por um general, no lugar de técnicos.
Não poderia dar certo.
O resultado está aí: o Brasil já responde por 10% do número de infectados de todo o planeta.
Diante do horror instalado, que cada um faça sua parte e possa oferecer ao próximo o que tem de melhor no seu coração.
É nossa única saída.