O governo da França anunciou nesta quarta-feira (27) , a exemplo do que já fez a Itália, a suspensão do uso da cloroquina no tratamento de pacientes infectados pela Covid-19.
A decisão é baseada num estudo divulgado pela revista científica The Lancet, fundada em 1823 no Reino Unido, e considerada uma das mais respeitadas publicações médicas do mundo.
O trabalho realizado junto a 96 mil pacientes revelou que o medicamento, além de ineficaz contra a doença, pode provocar efeitos colaterais graves e levar a óbito pessoas com problemas cardíacos.
Pelo mesmo motivo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) cancelou os testes que vinha realizando com a cloroquina.
Nesta mesma quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro resolveu seguir em frente em sua guerra particular contra a ciência.
Bolsonaro anunciou, para delírio de seus seguidores que habitualmente amanhecem no cercado instalado em frente ao Palácio da Alvorada, que seu amigo Donald Trump vai enviar ao Brasil 2 milhões de doses de Cloroquina.
Trump, como Bolsonaro, acha que a cloroquina resolve o problema do vírus.Os dois presidentes são iguais na arte de desrespeitar a ciência.
Trump chegou a sugerir que beber desinfetante ajudava a prevenir a doença e dezenas de americanos foram parar no Pronto Socorro por acreditar nessa maluquice.
Para os dois líderes pouco importa se o que falam e como agem possa provocar a morte de milhares de seguidores.
Eles estão com a razão. E ponto.
O resto é conversa fiada de uma imprensa comunista.
Bolsonaro e Trump fariam o casal perfeito se o presidente brasileiro não fosse homofóbico.
Bolsonaro já disse que ama Trump.
Um amor platônico que será registrado pela história.
De todo modo, os dois líderes pensam da mesma maneira e compartilham do mesmo ideal: a reeleição.
Trump enfrenta as urnas neste ano e vem caindo nas pesquisas.
Os americanos, em sua maioria, acham que ele não não está sabendo conduzir o país no enfrentamento ao vírus.
Bolsonaro só volta às urnas em 2022.
Até lá é provável que siga guerreando contra a ciência e contra os comunistas, que enxerga na oposição, no próprio governo e, provavelmente, escondidos nos armários do Palácio da Alvorada.
É coisa de doido, mas que explica muito bem os tempos insanos que vivemos.