Os prejuízos causados pela exposição excessiva e sem proteção aos raios ultravioletas vão além do envelhecimento e do câncer de pele. O melanoma, tumor menos incidente – mas com maior gravidade – pode afetar outras partes do corpo, inclusive os olhos.
“O melanoma ocular ou uveal corresponde a 5% de todos os melanomas”, explica Sheila Ferreira, do Centro Paulista de Oncologia (CPO/Oncoclínicas). Conforme a especialista, o tumor atinge mais adultos e a causa é desconhecida. Entre os fatores de risco estão:
• Idade/gênero: o risco aumenta com o envelhecimento e a incidência é discretamente maior em homens.
• Raça e cor dos olhos: pessoas com pele, cabelo e olhos claros são mais propensas a desenvolver o melanoma ocular.
• Doenças hereditárias: pacientes com síndrome do nevo displásico (múltiplas pintas pelo corpo) também têm risco aumentado de apresentar melanoma ocular, assim como melanoma de pele.
• Pintas: Diferentes tipos de sinais no olho ou na pele também têm sido associados a um risco maior.
Recomenda-se o uso de fotoprotetor, chapéu de abas largas e óculos de sol contra os raios ultravioleta, que proporcionam melhor proteção para os olhos e, consequentemente, redução do risco de câncer de pele ao seu redor. “Embora a exposição aos raios ultravioletas aumente o risco de câncer de pele, a relação entre a luz solar e os melanomas oculares não está comprovada, mas acredita-se que os óculos de sol podem reduzir o risco da doença”, diz a médica.
Os sintomas do melanoma ocular dependem da localização e tamanho da lesão dentro do olho. “Os pacientes podem ser assintomáticos, ou seja, não apresentarem nenhum sinal de que algo esteja errado, mas o tumor pode ser percebido durante o exame de rotina no oftalmologista. Em outros casos, o melanoma pode causar alterações ou dificuldades visuais que fazem o paciente procurar ajuda médica que acaba resultando na descoberta da doença”, frisa a oncologista.
O tratamento varia de acordo com o grau do problema “Para tumores pequenos, a braquiterapia é uma opção”. Trata-se de uma radioterapia interna, em que a fonte de radiação é colocada dentro ou junto da área afetada. Quando diagnosticado tardiamente, o melanoma ocular pode se espalhar para outros órgãos, sendo o fígado o órgão mais acometido. Nestes casos, os tratamentos podem incluir cirurgia da metástase, embolização da lesão (injeção de substâncias no intuito de bloquear ou diminuir o fluxo de sangue para as células cancerígenas), quimioterapia ou imunoterapia.