O tempo passou muito rápido e confesso que nem senti que completamos 8 anos de vida. Foram 2.920 dias de trabalho ininterruptos, 24 horas no ar, transmitindo pela internet, com uma programação diariamente renovada, com o melhor do Jazz, Bossa Nova, Instrumental Brasileiro, MPB e Blues.
Em 11/11/11, precisamente às 11h11, a Rádio Jornal da Orla/ Digital Jazz estreou, numa ousada parceria, que sempre teve como objetivo levar a música de qualidade a um maior número de pessoas, de forma democrática e sem nenhum tipo de restrição.
A cada dia uma nova programação, com dias e noites vividos sem rotina, com muita pesquisa e acima de tudo um grande prazer de levar até você uma seleção musical que possa lhe fazer companhia. Em qualquer lugar deste planeta.
A rotina da rádio começa bem cedo, com uma média de 3 horas de trabalho para elaborar a programação de 24 horas e para baixar as músicas do meu acervo físico de mais de 20.000 CD's, que, aos poucos, vão sendo incorporados ao acervo da rádio.
Um trabalho silencioso, solitário, que ninguém vê ou imagina, mas que continua sendo, para mim, extremamente prazeroso e gratificante.
A rádio pode ser sintonizada somente através da internet, nos portais do Jornal da Orla – jornaldaorla.com.br e do Digital Jazz – digitaljazz.com.br
O acervo musical da rádio também continua crescendo diariamente e já conta com mais de 60.000 músicas, marca que poucas rádios no mundo conseguiram atingir. Sem dúvida, isso é o grande diferencial do veículo, garantindo sempre uma programação inédita e qualificada.
Outro ponto importante de informação é a coluna da Rádio Jornal da Orla/Digital Jazz publicada na edição do final de semana do Jornal da Orla, com mais de 430 publicações.
A Rádio Jornal da Orla/Digital Jazz faz parte das atividades permanentes do Rio Santos Bossa Fest (janeiro) e do Rio Santos Jazz Fest (abril), evento oficial da UNESCO. Festivais musicais anuais, democráticos, acessíveis e que tem a missão de formar novos públicos.
Os agradecimentos são dedicados a você, que nos acompanha diariamente na rádio ou semanalmente aqui na coluna e que é a verdadeira razão da minha vida.
Viva a música, que tem o raro poder de aproximar e transformar a vida das pessoas! Gratidão!
Antonio Carlos Jobim – “The Composer Plays”
A primeira vez que ouvi este disco foi quando tinha 14 anos, ainda no formato LP e tenho que confessar que nunca me esqueci da sonoridade mágica das suas 12 faixas instrumentais.
É um dos trabalhos de Tom que mais gosto. Na verdade, sou suspeito, pois toda a discografia do maestro é perfeita e inquestionável.
Este disco foi lançado originalmente em 1963, pela gravadora americana Verve e foi o 1º. trabalho de Tom Jobim lançado no EUA, numa época em que a Bossa Nova estava em alta por lá e contou com a produção do genial Creed Taylor, que apresentou e recomendou a participação do também genial arranjador alemão Claus Ogerman.
Os solistas principais: Leo Wright na flauta, Jimmy Cleveland no trombone, George Duvivier no contrabaixo, Edison Machado impecável na bateria, uma imposição de Tom, para preservar a nossa batida exclusiva e uma orquestra de cordas afinadíssima.
O resultado musical foi perfeito e dessa parceria com Ogerman nasceu uma afinidade/amizade que durou 17 anos (1963 – 1980), possibilitando a realização de vários discos primorosos.
Não tenho dúvidas de afirmar que Claus Ogerman tornou-se o arranjador predileto de Tom, afinal foi com quem ele mais trabalhou ao longo da sua carreira.
Em 1964, o mesmo disco foi lançado no Brasil pela gravadora Elenco, com o título “Antonio Carlos Jobim”, inclusive com uma capa diferente da original.
Não deixe de ouvir este trabalho único e definitivo de Tom Jobim, hoje já disponível em formato de CD, totalmente remasterizado.
Jobim – “Antonio Brasileiro”
Antonio Brasileiro foi o último trabalho de Antonio Carlos Jobim. Um verdadeiro testamento musical de um artista acima da média e sem comparações.
Curiosamente, acabou sendo lançado no mercado alguns dias depois da sua morte, alcançando muito rapidamente sucesso de crítica e público.
Não por esta razão, pois o trabalho é memorável e com várias surpresas muito agradáveis e marcantes, reforçando toda a universalidade de Tom Jobim.
A primeira surpresa que destaco foi a gravação de “Insensatez” ao lado de Sting, contando também com a participação do contrabaixista Ron Carter.
Também “Samba de Maria Luiza” e “Forever Green”, que contaram com a participação muito especial da sua filha caçula Maria Luiza, que encantou e não desafinou, mesmo sendo uma garotinha na época da gravação.
Para encerrar, “Blue Train”, ou para nós brasileiros simplesmente “Trem Azul”, numa versão de emocionar, que contou com um solo mágico do flugelhorn do também saudoso Marcio Montarroyos e também o inspiradíssimo tema instrumental “Radamés & Pelé”.
É um daqueles discos que não cansamos de ouvir e que marcou em alto estilo a despedida do nosso querido e eterno Maestro Soberano.
Para sempre Tom! Saudades!