É desde cedo que a prática de atividade física deve ser regular e supervisionada por um profissional. Os benefícios vão desde a parte fisiológica até a motora e a psicológica. Fabrício Madureira Barbosa, doutor em controle e aprendizagem motora pela USP, coordenador da R4 Academia e professor da FEFIS (Faculdade de Educação Física de Santos), fala que o exercício na infância envolve uma questão de saúde pública. "Crianças que desenvolvem níveis de proeficiência motora na infância (até os 6 anos) se tornam mais ativas e com maior probabilidade de desenvolver aptidões físicas relacionadas à saúde, entre elas força, resistência e flexibilidade".
E mais: os pequenos com boas aptidões físicas serão jovens com menor probabilidade de adquirir doenças crônico-degenerativas como obesidade, hipertensão, problemas de coluna e diabetes. "Recentes pesquisas mostram ainda que crianças com aptidão aeróbia tem melhor desempenho escolar e as evidências tem apontado um fator de crescimento neurotrófico, o chamado BDNF, que estimula o crescimento de células nervosas no córtex pré-frontal – região onde a criança processa a informação – e no sistema límbico, que é um centro de memória. Isso tudo se reflete em melhor desempenho escolar", explica Fabrício.
Conforme o professor, o exercício, de forma direcionada e bem organizada, oferece grandes experiências de autossuperação. Isso também garante melhora na autoestima, na autoconfiança e, consequentemente, na capacidade de resiliência, que é diretamente ligada à autoeficácia. "Então, estratégias de atividade que, fazem as crianças se sentirem vitoriosas, aumentam a probabilidade de se tornarem adultos resistentes e bem-sucedidos".
Esporte é vida!
Considerado um dos esportes mais completos e perfeitos em qualquer faixa etária, a natação pode ser iniciada já a partir dos primeiros meses de vida. Danielle Lago, educadora física e coordenadora da piscina da Agonn Academia, ressalta que além de estimular o tônus muscular e fortalecer as articulações, a natação trabalha a capacidade cardiorrespiratória, inclusive em crianças com asma e bronquite, e melhora o apetite e o sono.
"Nos pequenos, as aulas fortalecem os laços entre pais e filhos, principalmente nas famílias em que o pai e a mãe trabalham fora e não dispõem de tempo para passar o dia com as crianças". Os momentos na piscina ajudam que os alunos se desenvolvam de maneira saudável e promovem crescimento uniforme. "A prática melhora a postura, o equilíbrio, a coordenação motora e a cognição. Além de aumentar a agilidade e desenvolver habilidades motoras. Ou seja, proporciona maior mobilidade para a criança subir, descer, sentar, deitar e brincar", ressalta Danielle Lago. O melhor, segundo a professora, é que tudo é feito de forma lúdica. "Brincando, os alunos dominam a segurança na água, ganham melhora na autoestima e estímulo para a integração social".
Foco e fé
Caio Perondi de Melo, professor de judô kids na Agonn Academia, trabalha com crianças já a partir dos 3 anos de idade. O objetivo principal é o desenvolvimento motor, melhora no aprendizado, equilíbrio e desenvolvimento cognitivo.
No entanto, toda essa parte é trabalhada dentro dos princípios das artes marciais, que são: educação, conceitos de certo e errado, saber perder, saber ganhar, respeito as regras e, principalmente, ao próximo. "Isso tudo é muito nítido entre as crianças que praticam desde cedo uma arte marcial", diz Caio Melo, que também estuda fisioterapia. "Isso sem contar com as habilidades motoras e de defesa adquiridas com a prática",
"Conforme a criança vai crescendo, a gente aprimora a base, ou seja, ela começa a aprender a cair para, depois, levantar, se reerguer. Damos ainda noção de higiene. "Precisamos estar sempre com as roupas limpas e em ordem, os pés limpos e as unhas aparadas. O resultado é sempre positivo e progressivo".