
Ficar seis horas ininterruptas no ar, sem deixar a peteca cair, é uma missão para poucos. Talvez, entre os apresentadores de tevê, só o Silvio Santos tenha essa capacidade – algo que ele cansou de fazer no passado ao ocupar praticamente todo o domingo na Record e no SBT.
Pois é justamente essa tarefa que a Band deixou nas mãos do José Luiz Datena. Seu programa, que estreou faz um mês, é uma maratona que vai das 15 às 21 horas.
Pelo menos até agora, a atração tem sido um “desastre anunciado” – algo típico da emissora nos últimos tempos. E o apresentador é o menos culpado.
A produção do “Agora é com Datena” deixa a impressão de um programa feito às pressas. A palavra “dinamismo” passa longe. As entrevistas são arrastadas, longas. Quem é que consegue aguentar uma hora de bate-papo com Bruno & Marrone, depois mais uma hora com o Amado Batista ou a Joelma ex-Calypso?
O único momento em que o apresentador parece realmente à vontade é durante o game “A Fuga”, já pré-gravado.
Resultado: os números de audiência vêm sendo pífios. A edição do dia 20, por exemplo, teve média de 1,4 ponto, inferior à que a Band alcançava com filmes na mesma faixa. Com isso, conseguiu a proeza de ficar atrás do game “Conexão Models”, da Rede TV! (programa que, provavelmente, você sequer sabia que existia), que marcou 1,7.
Redução – Dizem que a direção da Band estuda reduzir a maratona para tentar reverter o quadro. No próximo domingo, como haverá transmissão da Fórmula Indy, o “Agora é com Datena” será mais curto.
Ainda pior – Mas o martírio dominical não termina aí. Às 21 horas, Milton Neves assume o posto com o remodelado “Show do Esporte”, que fica no ar até meia-noite. Nesse caso, a média não tem chegado a um mísero ponto! A Band amarga a lanterna atrás da TV Cultura.
Enquanto há tempo, é preciso repensar essa nova grade dominical, investir mais na produção e oferecer um produto mais bem-acabado ao telespectador. Ou a direção da Band toma jeito – o que parece difícil – ou vai amargar um fiasco histórico.
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