
Não me importava estar vendo a mesma cena, a mesma piada, novamente: ria do mesmo jeito com os clássicos “O Mensageiro Trapalhão”, “Bancando a Ama Seca”, “O Terror das Mulheres”, “Errado pra Cachorro” e “O Professor Aloprado”, entre outros.
Domingo passado, o cinema perdeu um gênio, e o mundo ficou sem um grande ser humano. Lewis pode ser considerado o “criador do teleton”: usou seu prestígio para arrecadar fundos destinados à Associação de Distrofia Muscular. Por 15 anos ele comandou um show anual na telimha com este objetivo, alcançando uma soma superior a US$ 2 bilhões em doações.
Não lembro, porém, a última vez em que vi Jerry Lewis na tevê. Suas comedias, antes tão presentes na programação televisiva, praticamente sumiram.
Talvez seu humor físico e ingênuo não caiba mais nos dias de hoje, marcados pela escalada da intolerância, da ignorância e do ódio.
Seus filmes transmitiam uma inocência que a criança dentro de nós nunca deveria perder – algo que supremacistas, racistas, terroristas e que tais talvez nunca tenham tido em suas vidas.
Só isso? – A Rede Globo, que por muito tempo fez de Jerry Lewis uma presença constante na |”Sessão da Tarde”, decidiu prestar uma tímida homenagem levando ao ar no próximo domingo a comedia nacional “Até que a Sorte nos Separe 2”, de 2013, na qual o comediante fez uma ponta. Ele merecia, no mínimo, um festival com seus melhores trabalhos.
“Aí tem!” – Em âmbito nacional, perdemos na semana passada Paulo Silvino, um mestre na criação de bordões que abrilhantou inúmeros humorísticos da Rede Globo.
Vergonha – Voltando ao nosso universo de racismo e estupidez, a vencedora do Miss Brasil, transmitido pela Band sábado passado, foi vítima de comentários covardes nas redes sociais. Representando o Piauí, Monalysa Alcântara foi alvo de preconceito com críticas do tipo “tem cara de empregadinha, não tem perfil de miss”, e “as cotas chegaram aos concursos de beleza”. Charlottesville também é aqui…
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