Quarta-feira, 21 de junho, é o Dia Nacional do Controle da Asma, uma doença inflamatória crônica das vias aéreas que acomete mais de 300 milhões de pessoas no mundo. No inverno, seus sintomas se agravam por conta de temperaturas mais baixas e maior permanência da população em ambientes fechados. De acordo com o médico Mauro Gomes, diretor da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, é importante saber diferenciá-la de outras doenças respiratórias comuns, como a bronquite. “Essas doenças são frequentemente confundidas por apresentarem sintomas semelhantes, o que torna importante a discussão sobre o tema, já que têm especificidades importantes que devem ser levadas em conta para não comprometer seus tratamentos”, afirma.
Asma
Como explica, a asma leva a um estreitamento das vias aéreas, prejudicando o fluxo de ar que entra e sai dos pulmões, provocando falta de ar e chiado no peito. O desenvolvimento da doença costuma estar associado a uma causa genética: pessoas com predisposição podem manifestar a asma ao entrarem com fatores que sensibilizam as vias aéreas, como ácaros, pólen e pelos de animais, entre outros.
Sintomas – Além da falta de ar e do chiado, os sintomas incluem uma sensação de aperto no peito, tosses constantes e catarro, que podem surgir durante as crises. É importante, no entanto, lembrar que a doença é crônica e que as crises são apenas uma manifestação pontual. “As crises de falta de ar provocadas pela asma são apenas a ponta do iceberg e é comum que o tratamento da doença seja feito apenas de forma paliativa. No entanto, um tratamento sério de asma deve ser diário e envolve o controle da doença com agentes antiinflamatórios e broncodilatadores de longa duração”, alerta o médico.
A asma, quando controlada por meio de tratamento adequado, não deve impor limitações na vida das pessoas. Para saber se a doença está controlada é preciso atentar para a frequência e a intensidade de seus sintomas. A asma não está controlada quando o paciente apresentou qualquer um dos itens abaixo nas últimas quatro semanas:
•Sintomas diurnos mais de duas vezes por semana;
•Qualquer despertar noturno causado pela doença;
•Uso de medicamentos para alívio da falta de ar mais de duas vezes por semana;
•Se a asma estiver limitando as suas atividades cotidianas.
Bronquite
A bronquite também é uma inflamação dos brônquios, que, no entanto, pode ser aguda (geralmente provocada por um vírus e acompanhada de um quadro gripal, com duração de, em média, duas semanas) ou crônica (uma inflamação geralmente causada pelo fumo). A bronquite crônica, apesar de apresentar sintomas semelhantes ao da asma, não é uma doença com a qual se nasce, e pode vir acompanhada de uma destruição das células do pulmão, chamada de enfisema pulmonar. Essa destruição forma pequenas bolhas no pulmão, que vai gradativamente perdendo a capacidade de absorver oxigênio. O enfisema pulmonar e a bronquite crônica, geralmente associados, recebem o nome de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), mal que, de acordo com dados do Ministério da Saúde, afeta cerca de 7 milhões de pessoas no Brasil e é a quarta principal causa de morte no país.
“É importante reforçar que asma e os diferentes tipos de bronquite têm causas e tratamentos diferentes. Enquanto uma pessoa nasce com asma, que a acompanha por toda a vida e pode surgir em diversas faixas etárias, a bronquite aguda é um processo inflamatório rápido dos brônquios, geralmente causado por infecção de um vírus e que melhora espontaneamente em poucas semanas. Já a DPOC se manifesta principalmente em pessoas com mais de 40 anos, por ser consequência de hábitos de longo prazo”, esclarece Mauro Gomes.