O Dia Internacional de Luta contra o Câncer Infantil, celebrado em 15 de fevereiro, foi criado para alertar pais e médicos sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer entre as crianças e adolescentes, fundamental para a cura da doença, que tem rápida evolução. No Brasil, a incidência do câncer infantil é pequena (em torno de 12 mil casos ao ano), mas a taxa de mortalidade é alta: é a segunda causa de morte na faixa etária de 0 a 19 anos (a primeira são causas externas, como acidentes e casos de violência) e a primeira entre as doenças pediátricas.
Quando diagnosticado precocemente e iniciado o tratamento em seguida, as chances de cura do câncer infantil são muito altas. Isso porque o organismo das crianças e adolescentes reage bem aos tratamentos quimioterápicos e radioterápicos e a resposta é muito mais rápida e eficaz do que nos adultos. Os tipos de cânceres infanto-juvenis mais comuns são as leucemias, linfomas e os tumores do sistema nervoso central.
Segundo a presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (Sobope), Teresa Fonseca, no Brasil é difícil mapear concretamente o câncer infanto-juvenil e há menos diagnóstico porque há maior dificuldade de acesso a exames. Ela aponta que um exemplo é o tipo de câncer com maior dificuldade de diagnóstico, o tumor cerebral, devido à falta de acesso adequado à tomografia.
Sintomas comuns
Os sintomas mais comuns do câncer infantil são febre, perda de apetite e peso, dores na barriga e nas pernas, caroços no pescoço (gânglios linfáticos – ínguas) que não desaparecem e aumentam, palidez, manchas roxas, dor de cabeça, vômitos, visão turva. São sintomas, entretanto, comuns aos de outras doenças pediátricas.
A oncologista pediátrica Melissa Ferreira de Macêdo, da Secretaria de Estado da Saúde, lembra que o pediatra é o responsável pela identificação e resolução de 95% das doenças que acometem a infância. É ele que acompanha o desenvolvimento da criança e que vai estar atento aos sintomas, podendo diferenciá-los e saber se estão relacionados às doenças pediátricas ou se podem indicar ocorrência de tumores. “É importante os pais levarem seus bebês regularmente ao pediatra, de preferência no mesmo médico que acompanha a criança desde os primeiros dias de vida”, orienta.
Mitos e verdades
Os cânceres das crianças são iguais aos dos adultos – Mito.
Os cânceres mais comuns em adultos, como de pulmão e mama, são parte de um grupo de cânceres chamados carcinomas, que são causados, em parte, por fatores ambientais/estilo de vida, quase nunca são vistos em crianças. Muitos cânceres infanto-juvenis vêm de células do período em que o bebê ainda estava se desenvolvendo, nos estágios iniciais da gravidez.
Os cânceres mais comuns em adultos, como de pulmão e mama, são parte de um grupo de cânceres chamados carcinomas, que são causados, em parte, por fatores ambientais/estilo de vida, quase nunca são vistos em crianças. Muitos cânceres infanto-juvenis vêm de células do período em que o bebê ainda estava se desenvolvendo, nos estágios iniciais da gravidez.
A culpa é dos pais – Mito.
Não há absolutamente nenhuma evidência científica que comprove que criação, atividades rotineiras ou dieta causem câncer em crianças e adolescentes.
Não há absolutamente nenhuma evidência científica que comprove que criação, atividades rotineiras ou dieta causem câncer em crianças e adolescentes.
O câncer infantil é genético – Depende.
Ocasionalmente os cânceres da criança coincidem numa mesma família. Por exemplo, quando uma criança é diagnosticada com um tumor ocular raro, chamado retinoblastoma, a família será orientada se há necessidade de monitorar a doença em outro parente. Na maioria das famílias onde uma criança foi diagnosticada com câncer, haverá pelo menos outro membro familiar que já teve câncer, mas quase todos esses cânceres ocorrem ao acaso. A doença é causada por alterações nos genes que levam as células a se dividirem anormalmente. No entanto, estas mutações provavelmente só ocorreram naquele indivíduo.
Ocasionalmente os cânceres da criança coincidem numa mesma família. Por exemplo, quando uma criança é diagnosticada com um tumor ocular raro, chamado retinoblastoma, a família será orientada se há necessidade de monitorar a doença em outro parente. Na maioria das famílias onde uma criança foi diagnosticada com câncer, haverá pelo menos outro membro familiar que já teve câncer, mas quase todos esses cânceres ocorrem ao acaso. A doença é causada por alterações nos genes que levam as células a se dividirem anormalmente. No entanto, estas mutações provavelmente só ocorreram naquele indivíduo.
O câncer pode ser curado – Verdade.
Cerca de 70% dos cânceres infanto-juvenis podem ser curados se diagnosticados precocemente. Hoje, a maior parte das crianças não somente é curada da doença, mas vive uma vida plena e ativa. Com o tratamento adequado, ao final de cinco anos após o diagnóstico em remissão (quando não apresenta mais sinais e sintomas da doença), o paciente é considerado curado.
Cerca de 70% dos cânceres infanto-juvenis podem ser curados se diagnosticados precocemente. Hoje, a maior parte das crianças não somente é curada da doença, mas vive uma vida plena e ativa. Com o tratamento adequado, ao final de cinco anos após o diagnóstico em remissão (quando não apresenta mais sinais e sintomas da doença), o paciente é considerado curado.
Criança com câncer não pode tomar vacinas – Depende.
As vacinas vivas, como as contra poliomielite, sarampo, caxumba, rubéola, varicela e febre amarela estão contraindicadas em crianças com câncer durante o período de tratamento quimioterápico, porque podem provocar infecção similar à natural. Já as vacinas não vivas, como as contra coqueluche, tétano, difteria e hepatite B, pneumococo, haemophilus e influenza estão liberadas de acordo com cada paciente.
As vacinas vivas, como as contra poliomielite, sarampo, caxumba, rubéola, varicela e febre amarela estão contraindicadas em crianças com câncer durante o período de tratamento quimioterápico, porque podem provocar infecção similar à natural. Já as vacinas não vivas, como as contra coqueluche, tétano, difteria e hepatite B, pneumococo, haemophilus e influenza estão liberadas de acordo com cada paciente.