Podemos classificar os medicamentos de diversas formas. Uma delas é quanto à necessidade/obrigatoriedade de prescrição médica. Em princípio, todos os medicamentos que apresentem tarja vermelha ou preta sobre sua embalagem precisam de prescrição médica. Em outros países, essa tarja não existe porque as farmácias, naturalmente, só os vendem sob prescrição. No Brasil, seja por falência da estrutura de fiscalização, seja por questões culturais, os medicamentos são vendidos livremente.
Mas nem todos os medicamentos exigem prescrição, sendo, então, de livre acesso. São chamados de Medicamentos Isentos de Prescrição – MIP – ou OTC – Over The Counter. São aqueles que, em tese, servem para problemas menores de saúde, os quais podem ser resolvidos pela decisão do próprio usuário. Para que um medicamento seja considerado MIP, é necessário que o produto seja elaborado com substâncias pertencentes a uma lista elaborada pela ANVISA.
Recentemente, mais nove princípios ativos foram incorporados à lista autorizados a serem comercializado como MIP, se for o desejo de seus produtores. Substâncias que antes exigiam prescrição poderão ser liberadas da mesma. A lista é composta por alguns medicamentos anti-inflamatórios, pela glicosamina e por outros medicamentos usados no controle de problemas gástricos, como úlceras e gastrites. Uma das substâncias liberadas são medicamentos inibidores da secreção gástrica, omeprazol e pantoprazol.
Essa classe de medicamentos age reduzindo a secreção gástrica. Não tem ação antiácida, reduz, em médio prazo, a liberação da secreção ácida, promovendo a regeneração da mucosa gástrica afetada. Já vendido como MIP nos Estados Unidos e alguns países da União Europeia.
Ser isento de prescrição não significa que não apresente reações adversas. Todo medicamento precisa ser utilizado com os cuidados necessários. A indicação médica e a orientação farmacêutica são sempre necessárias, mesmo quando o medicamento tenha a sua venda liberada.
Os usuários crônicos de medicamentos, principalmente de anti-inflamatórios e AAS, tendem a ter desconforto gástrico. Assim, o omeprazol e congêneres são associados para reduzir os danos no estômago provocados pelos outros medicamentos. Nessa condição, o omeprazol e os demais medicamentos da mesma classe têm sido usados cada vez mais e por longos períodos. Em princípio, não devem ser tomados por mais de 14 dias seguidos. Entre um tratamento e outro deve-se espaçar ao menos quatro meses.
Se ainda tiver dúvidas, encaminhe-as para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.
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