Com os termômetros batendo fácil os 40 graus, está penosa a vida neste início de verão. O calor intenso provoca desconforto, cansaço (aquela sensação de moleza) e oferece riscos à saúde, principalmente dos mais sensíveis, como crianças, idosos e cardíacos. Os sintomas provocados pelo calor em excesso são mais ou menos intensos de acordo com a pessoa, mas é difícil quem não sinta mal-estar, que pode surgir associado à dor de cabeça, alteração de visão, cãibras, náusea e até desidratação. Como a estação se prolonga até março, é fundamental tomar alguns cuidados para não ter a saúde prejudicada.
Hidratação em primeiro lugar
De acordo com a nutricionista Flávia Ferazzo, sem a quantidade necessária de água e sais minerais, eliminados pelo suor, a pessoa fica com o metabolismo comprometido, podendo ter mais chances de sofrer lesões musculares, tonturas, cãibras, diminuição do desempenho físico, menor disposição e dificuldades de concentração. “A sede é um sintoma tardio de falta de água”, explica a nutricionista. Por isso, é recomendado beber água aos poucos durante o dia, antes que a sede apareça. Uma dica para saber se seu corpo precisa de líquido é a urina – se for ao banheiro e perceber que ela está com cor escura e odores fortes, é porque está ingerindo pouca água. A urina deve estar bem clara, quase transparente.
Alimente-se bem
Além de serem ricas em líquidos, as frutas e verduras são fonte de potássio, mineral que precisa ser resposto quando há uma produção de suor muito intensa. “Invista também nos sucos de frutas para repor a água e os sais minerais perdidos em dias quentes”, recomenda a nutricionista. O consumo de gorduras e doces deve ser evitado em dias muito quentes, pois eles não são bem metabolizados.
Exercícios físicos
A perda de fluídos no suor é ainda maior no calor e pode variar conforme a intensidade do exercício. Quanto mais intensa e longa for a atividade física, maior deverá ser a quantidade de água ou bebida isotônica ingerida. Flávia recomenda tomar água antes, durante e após o exercício.
Use roupas leves – O ideal é usar tecidos de algodão e malha – que absorvem o suor – e evitar tecidos sintéticos, que atrapalham a evaporação da transpiração. Também é importante evitar roupas de cores escuras, que absorvem mais o calor por não refletir a luz solar. Para evitar alergias e outros problemas de pele, procure lavar as roupas sempre que usá-las, sem repeti-las, e não usar peças de outras pessoas.
Para dormir fresquinho
Um dos grandes incômodos neste calorão é a hora de dormir. Tomar um banho frio antes de deitar, usar roupas de dormir frescas, manter o quarto bem ventilado ou mesmo com ar condicionado ligado são providências para garantir uma boa noite de sono.
Transpirando demais?
A aplicação de um antitranspirante logo após o banho reduz a produção de suor, pois o produto obstrui os ductos das glândulas sudoríparas. Manter axilas e virilha também depiladas ajuda a evaporar o suor e diminuir a proliferação de bactérias, responsáveis pelo mau cheiro. Já o suor nos pés pode ser combatido com uso de talco ou mesmo o antitranspirante usado nas axilas.
Fuja do sol!
A exposição excessiva ao sol pode causar hipertermia, que é quando o corpo não consegue mais estabilizar a temperatura interna, que deve ser de 37º C. O correto é evitar a exposição ao sol, principalmente das 10 às 16h. Lembre-se que estamos no horário de verão!
Praia e suas tentações
Além de evitar o sol no período de raios mais intensos, é importante ter atenção com o que come e bebe na praia. Com as altas temperaturas, os alimentos entram em putrefação rapidamente, as bactérias se multiplicam e aumenta o risco de uma gastroenterite, que leva à diarreia e causa desidratação. Já o álcool desidrata o organismo porque inibe a retenção de líquido e aumenta a produção de urina.
Doenças típicas de verão
Nesta época do ano, a maior exposição do corpo ao sol, mar, areia, piscinas e substâncias nocivas pode provocar doenças de pele, como a micose, a larva migrans (bicho geográfico) e o herpes simples, que são as dermatoses mais comuns no verão. A primeira é provocada por fungos que se desenvolvem em ambientes quentes e úmidos. O recomendado é enxugar bem a pele após sair da água e usar roupas que evitem ou absorvam a transpiração.
O bicho geográfico está presente na areia da praia, onde possa haver fezes de animal. A contaminação se dá ao andar descalço. A indicação é usar chinelo. Já o herpes simples se caracteriza por pequenas bolhas nos lábios ou na região genital, que aparecem com frequência no verão devido à queda da imunidade motivada pela exposição solar e bebidas muito geladas.
Outro problema recorrente são as queimaduras provocadas pelo uso de frutas cítricas, como limão, pois contêm substâncias que aumentam a ação solar na pele e, mesmo lavando a pele após o contato com o suco das frutas, a reação pode ocorrer. O mais indicado é usar luvas ao lidar com elas antes de sair ao sol.
Protetor solar
De acordo com o Iamspe, pouco protetor não é eficiente e muitas vezes pode causar alergia. Além disso, para evitar o câncer de pele, o ideal é a reaplicação na medida certa e não simplesmente passar o protetor solar uma vez apenas. Ele deve ser aplicado 30 minutos antes de se expor ao sol e reaplicados a cada duas horas, se entrar na água ou transpirar em excesso. Contudo, prevalece o conselho de respeitar o horário de menor risco, ou seja, antes das 10h e após as 16h.
Os fotoprotetores devem começar a ser usados a partir dos 6 meses de idade. Antes disso, o melhor é evitar a exposição excessiva ao sol. Outra dica é evitar os protetores que ficam esbranquiçados ao se espalhar na pele e que contenham ácido para-aminobenzóico ou perfumes, em especial à base de cítricos. A escolha do fator de proteção depende da cor da pele e não do tempo de exposição solar. A preferência deve ser por produtos com proteção UVA e UVB.
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