O organismo humano é controlado em suas atividades por um complexo sistema neuroendócrino. O componente “neuro” responde, principalmente, pelas respostas mais imediatas. Por exemplo, quando um corpo sai do repouso para atividade, as modificações cardiovasculares e respiratórias são conseguidas pela estimulação nervosa. E o componente “endócrino” é formado por uma grande variedade de hormônios, secretados por glândulas específicas.
Muitas doenças são resultantes pela disfunção desse controle nervoso e/ou endócrino. Um exemplo é o aumento do hormônio prolactina presente em 0,4% da população em geral; em 9% das mulheres com amenorreia (sem menstruação); 25% das que apresentam galactorreia (produção de leite não relacionado a nenhuma gestação); e em 70% das pacientes que apresentam ambos sintomas. Os homens também são afetados pela hiperprolactemia, sendo responsável por 5% dos casos de disfunção erétil ou da infertilidade.
A prolactina pode estar aumentada na gravidez e durante a amamentação, o que é considerado normal. Medicamentos como antipsicóticos, antidepressivos e alguns antidepressivos também podem aumentar a prolactina como reação adversa. Mas a principal causa da hiperprolactemia são os tumores na glândula produtora da prolactina. Apesar dos tumores serem passíveis de cirurgia, o tratamento preferencial é o uso de medicamentos, que diminuirão o efeito da prolactina e, ao mesmo tempo, reduzirão o tamanho do tumor. Dois medicamentos podem ser usados: bromocriptina e cabergolina. A cabergolina traz menos reações adversas como náusea, vômitos, cefaleia, tontura e hipotensão postural. Porém, em altas doses, pode trazer danos ao coração.
Esses medicamentos são distribuídos pelo poder público, desde que se atenda critérios específicos para inclusão, mesmo que a prescrição tenha sido feita por um médico do sistema privado. Esses medicamentos participam do “Componente Especializado da Assistência Farmacêutica” do SUS. É uma lista de medicamentos formada por produtos de maior custo ou de uso contínuo que podem, de algum modo, comprometer o orçamento familiar.
Se ainda tiver dúvidas, encaminhe-as para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.
Deixe um comentário