Notícias

Tempos sombrios

24/12/2016Da Redação
Todos os países, em algum momento de sua história, passam por crises. Não são poucos os que tiraram delas importantes lições para o crescimento e superação das dificuldades. A Alemanha e o Japão são dois exemplos de mudança significativa a partir da Segunda Grande Guerra. Em 1929 os Estados Unidos souberam vencer a grande depressão, que apresentou um custo social altíssimo. E hoje são a maior potência do planeta.
 
O Brasil enfrenta atualmente a sua maior crise. Empresas fecham as portas todos os dias e os desempregados já superam a casa dos 12 milhões. O grande problema brasileiro é que esta crise, certamente a mais grave de nossa história, não é apenas econômica, mas, principalmente, moral.
 
O governo Dilma afundou sob um mar de denúncias de corrupção e incompetência. O vice Michel Temer assumiu e logo depois os principais integrantes do governo, o presidente inclusive, apareceram nas delações premiadas de executivos da Odebrecht. As informações indicam que passa de 100 o número de parlamentares que se lambuzaram com o dinheiro sujo da empreiteira, cujo comandante está há mais de um ano na cadeia e agora entrega seus parceiros de crime.
 
Do ponto de vista moral, o governo Temer acabou. Não dispõe de voto, credibilidade e tampouco de apoio popular. É sustentado apenas por parlamentares, alguns dos quais em breve certamente farão companhia aos petistas presos em Curitiba. 
 
Governo impopular e suspeito de envolvimento em práticas pouco republicanas mais crise econômica são os ingredientes necessários para convulsões sociais. Se Temer tiver muita sorte, poderá permanecer no Palácio do Planalto até 2018 como um zumbi, enquanto o país afunda, mas quem possui hoje condições para assumir o cargo em janeiro de 2019?
 
Infelizmente o país não tem uma liderança capaz de conquistar a confiança da Nação e iniciar um processo de recuperação econômica e moral. Os poderes da República estão podres, o sistema faliu e nem mesmo o STF tem se mostrado em condições de oferecer soluções de equilíbrio. Vivemos tempos sombrios e as perspectivas não são nada animadoras.