A classe política, com raríssimas exceções, faz o possível para provocar a ira dos brasileiros que pagam os impostos mais altos do mundo sem a contrapartida exigida. Legislam em causa própria, antes roubavam, agora, não satisfeitos, saqueiam o contribuinte e se portam como príncipes árabes, desfrutando de todo o tipo de mordomias. Sérgio Cabral e sua esperta esposa, hoje na cadeia, são os exemplos mais claros dessa gente. Como o famigerado casal 20 que infelicitou o Rio de Janeiro, há inúmeros outros em todos os estados do país.
O resultado é o descrédito nos poderes Legislativo e Executivo fato que tem levado a uma onda de protestos nas ruas das principais cidades brasileiras. Neste cenário de tragédia, o Ministério Público e o Poder Judiciário são a esperança de milhões de cidadãos que ainda acreditam que há solução para o Brasil. Procuradores e juízes de primeira instância têm, apesar de eventuais excessos, atuado de maneira formidável. A Operação Lava Jato, por exemplo, colocou na cadeia grandes empresários e figurões da República, algo antes inimaginável.
Mas quando o avanço parecia irreversível, eis que vem o STF, a mais alta Corte do país, a se autodesmoralizar diante de um vigarista da política, travestido de senador da República. Conhecido como o “cangaceiro das Alagoas”, Renan Calheiros desmoralizou por completo o STF ao se negar a assinar e a cumprir uma liminar concedida por um ministro do STF, Marco Aurélio Mello, que o afastava da presidência da Casa por ser réu em uma ação penal.
Por seis votos a três, o STF manteve o réu Renan Calheiros na presidência do Senado e não o puniu por desrespeitar uma liminar de um ministro da própria Corte. Foi talvez o julgamento mais vergonhoso da história da Suprema Corte, haja vista que o resultado surgiu a partir de um acordo com o próprio réu e o Palácio do Planalto. A decisão do STF foi um tapa na cara de todos os juízes brasileiros e dos cidadãos de bem que clamam por justiça.
Como bem disse o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, que defendia o afastamento imediato de Renan Calheiros, “o que vamos dizer às nossas crianças?”.
Estamos convencidos, no entanto, de que o julgamento da História será implacável com todos os personagens que, em nome de uma suposta “governabilidade”, desmoralizaram a Suprema Corte e a Justiça do Brasil e roubaram dos brasileiros a esperança de dias melhores.
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