Foi arrepiante e inesquecível o ato de solidariedade que os colombianos demonstraram ao mundo em razão da tragédia do avião que conduzia a equipe da Chapecoense. O estádio onde o primeiro jogo da final sul-americana entre o time brasileiro e o Atlético Nacional, de Medellín, deveria ocorrer foi tomado por milhares de torcedores com faixas, flores, velas e cânticos em homenagem aos que perderam a vida no trágico episódio. Outros milhares ficaram nas imediações por falta de espaço no estádio. Um exemplo de amor e solidariedade.
A emoção foi tão grandiosa que até o circunspecto ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Serra, ficou visivelmente abalado e chegou a chorar, como muitos que estavam no estádio. Ao agradecer aos colombianos por um gesto que engrandece a raça humana, Serra destacou que o ato jamais será esquecido pelos brasileiros e que representou “uma luz quando todos estamos tentando entender o incompreensível”.
Vivemos tempos difíceis, o Brasil em especial, com o agravamento da crise ética, moral e econômica que afeta de maneira extremamente cruel toda a Nação. São 12 milhões de desempregados, pais de família desesperados porque não conseguem trabalho e, em muitos casos, sequer alimentar seus filhos. Há algo de muito indigno nisso tudo.
A tragédia com o avião da Chapecoense tem similaridade com o que acontece com o país. As evidências indicam que ela foi provocada por ambição, por dinheiro, a exemplo do que os políticos ladrões fizeram com o Brasil.
É fato que em tempos de internet as pessoas estão se tornando mais frias, mais distantes uma das outras – valores essenciais à alma humana, como amor, afeto e solidariedade, são substituídos por futilidades e bens materiais.
No estádio de Medellín, num momento de extrema dor, os colombianos resgataram valores que dão sentido à vida. Sim, somos humanos, pareciam dizer. Que Deus os abençoe, e a todos nós, e que possamos entender a mensagem.
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