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É o fim do caminho

26/11/2016Da Redação
Geddel Vieira Lima, o ministro problema, foi às compras (de novo) e acabou com o que ainda havia de credibilidade do governo Michel Temer. Ao defender seus interesses nada republicanos arrastou para o lamaçal o colega Elizeu Padilha e o próprio presidente da República. É o fim de um governo que, a rigor, nem começou.
 
Quem imaginava que o impeachment de Dilma Rousseff resolveria os problemas da Nação literalmente quebrou a cara. A economia não anda, o desemprego não para de crescer e os políticos da base governista no Congresso fazem coisas que fariam corar de vergonha senhoras que frequentavam no passado o baixo meretrício do porto de Santos.
 
Depois que estourou o novo escândalo envolvendo Geddel , foi lamentável a postura de líderes do governo achando tudo muito natural, como se infringir leis em interesse próprio fosse uma questão pequena. Gente de passado respeitável, como o senador Aloísio Nunes Ferreira, defendendo Geddel. Isso não pode acabar bem. Francamente…
 
O fato é que a classe política brasileira iniciou a chamada marcha da insensatez e leva o país para o imponderável ao defender vigaristas e tentar aprovar projetos que anistiam criminosos. Nossos políticos ainda não perceberam que o Brasil mudou e que parcela significativa da população não aceita mais continuar sendo saqueada e roubada.
 
O ministro problema anunciou sua demissão na sexta-feira “diante da dimensão das interpretações dadas” ao episódio e do “sofrimento dos meus familiares”. Mas era tarde demais. O ex-ministro da Cultura, Marcelo Celero, já havia gravado conversa comprometedora com o presidente Temer. Por duas vezes a mais alta autoridade do país tenta convencer seu ministro a facilitar a vida de Geddel. 
 
Com que autoridade moral Michel Temer pode agora impor ao país medidas amargas enquanto seus parceiros praticam atos pouco republicanos no Congresso e no próprio governo?
 
Na Roma antiga se dizia que à mulher de Cesar não basta ser honesta; tem de parecer honesta. O governo Temer e seus parceiros fazem o que podem para mostrar à Nação exatamente o contrário. É pau, é pedra, é o fim do caminho.