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Tiro no pé de PMs em Santos ganha repercussão nacional

03/11/2016Da Redação
Tiro no pé de PMs em Santos ganha repercussão nacional | Jornal da Orla
Havia cerca de 20 gatos pingados assistindo a peça “Blitz”, do grupo de teatro Olho da Rua no domingo (30), na Praça dos Andradas, quando um policial militar se sentiu ofendido com “o tom” da apresentação: criticava a violência policial. Outros PMs compraram a ideia e se acharam no direito de interromper a peça, apreender a cenografia e os equipamentos de som, e levar um dos artistas para a delegacia algemado.
 
O que eles não sabiam é que a peça só é apresentada justamente por ter financiamento do Governo do Estado, por intermédio do Programa de Ação Cultural (ProAC).
 
A ação, que lembrou os tempos da ditadura militar, ganhou repercussão nacional e quem nunca tinha ouvido falar da trupe e da peça passou a conhecer. 
O caso ganhou repercussão nos principais jornais, portais de noticias e redes sociais do pais.
 
“Exageraram na dose”
O caso gerou mal-estar na própria PM. “A gente não concorda com o teor da peça, porque generaliza e coloca no mesmo balaio os bons e os maus policiais”, diz um oficial, que prefere não se identificar. “Mas os PMs exageraram na dose”, completa.
 
Investigação interna
Em nota oficial, a PM afirma que vai analisar a conduta dos policiais envolvidos no quiproquó. “Os procedimentos dos PMs serão avaliados para verificar se os direitos e garantias constitucionais foram respeitados e se a ação policial atendeu os procedimentos operacionais padrão e legalidade”.
 
Diversas entidades, como a Associação de Artistas e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) manifestaram repúdio à ação dos policiais. O Ministério Público também entrou no caso.
 
O guarda da esquina
O episódio lembra a reunião decidiu a criação do Ato Institucional nº5 (que, na prática, oficializava a arbitrariedade), em 1968. O vice-presidente da República, Pedro Aleixo, disse ser contra. Ao questionamento de um dos presentes, “O senhor não confia no nosso presidente?”, respondeu: “No presidente eu confio. Tenho medo é do guarda da esquina”.
 
Virada de jogo nos últimos instantes
Na disputa pela Prefeitura de Guarujá, o debate realizado entre Haifa Madi (PDT) e Valter Suman (PSB) foi considerado um dos fatores decisivos na reversão do que indicavam as pesquisas eleitorais, e que resultaram na vitória de Suman, por uma diferença de 2.646 votos (1,68% dos válidos). No encontro, Haifa enrolou-se para responder quanto custa a tarifa de ônibus de Guarujá e gaguejou em vários momentos. 
 
O adversário não a poupou: “Quando se fala em corrupção, quando se fala em mensalinho, em dólar no aeroporto, em centenas de processo na Justiça Civil e Criminal, em contas rejeitadas, em impugnação pela Justiça Eleitoral, só se lembra de um nome: Farid Madi”.
 
Nos dias finais da campanha eleitoral em Guarujá, colou a ideia de que Haifa seria um mero marionete nas mãos do marido, o ex-prefeito Farid Madi (que só não disputou a eleição por ter o registro cassado pela Justiça Eleitoral).
 
Outro fator pesou – e muito – na balança: a ação discreta, mas efetiva, do vice-governador, Márcio França (PSB), no convencimento de lideranças importantes de Guarujá.