Os medicamentos são bastante utilizados na pecuária para várias finalidades. Além de prevenir ou curar doenças, podem estimular o crescimento animal. O Ministério da Agricultura elabora uma lista de medicamentos autorizados e a Anvisa estabelece limites para essas substâncias ou seus metabólitos que possam estar presentes na carne, leite, peixes e ovos. A presença dos resíduos nos alimentos não é um problema apenas brasileiro, mas mundial.

 

Os medicamentos mais encontrados são antibióticos e vermífugos. O Ministério da Agricultura mantém uma lista de produtos proibidos, como anabolizantes para bois ou hormônios em alimentação para aves. São substâncias que resultam em alto nível de resíduos em alimentos, agressivos ao ser humano. Por exemplo, o cloranfenicol para uso veterinário é proibido desde 2004. Porém, a Anvisa detectou esse produto em várias amostras de leite no ano de 2009.

 

Há de se crer que haja boa articulação entre a Anvisa (vinculada ao Ministério da Saúde) e o Ministério da Agricultura. A primeira detecta a contaminação em carnes, ovos, mel e pescados, enquanto a segunda é responsável pela fiscalização dos produtores de leite. O Brasil, por ser o quinto mercado mundial em medicamentos veterinários, apresenta grande risco de contaminação, aliada à falta de fiscalização efetiva. Mas o problema se estende para todos os países: em Portugal, 10% das amostras de mel apresentaram resíduos de antibióticos. No Reino Unido, 2,5% dos rins de bezerros apresentam traços de antibióticos. 

 

Os antibióticos são comuns nos bovinos devido à mastite, doença comum nas vacas que acabaram de parir e que é tratada com antibióticos. Nessa situação, os resíduos de antibiótico no leite aumentam. Quando consumimos desse os antibióticos através do leite ou da carne, de forma descontrolada, é fácil apresentarmos infecções recorrentes por essas bactérias. O resíduo de medicamentos veterinário nos alimentos também é responsável por doenças no fígado e alergias. Por incrível que possa parecer, os resíduos de medicamentos são mais comuns do que os de agrotóxicos.

 

Se ainda tiver dúvidas, encaminhe-as para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.