A prisão de Eduardo Cunha cria a expectativa de terra arrasada no Congresso Nacional pelo teor explosivo de que uma eventual delação premiada do ex-presidente da Câmara possa produzir. O que se diz abertamente na capital da República é que Cunha ajudou pessoalmente mais de uma centena de políticos com dinheiro proveniente de propinas.
As evidencias indicam que o deputado cassado e agora preso, que já foi um dos homens mais poderosos da República, estaria disposto a delatar colegas para não terminar seus dias na cadeia. Tanto que contratou um advogado, Marlus Oliveira, especializado em negociar delações premiadas.
O clima em Brasília é de alta tensão. Afinal, Cunha foi uma das figuras mais importantes do PMDB e bastante ligado a políticos que hoje integram o governo Temer. Se disser tudo o que sabe, o governo, que já enfrenta dificuldades na economia, pode ficar ainda mais fragilizado.
O fato é que a onda de denúncias que surgiu após o início da Operação Lava Jato revela que o sistema político no Brasil está apodrecido. São centenas de parlamentares que teriam se beneficiado do maior escândalo de corrupção da história do país. Sem falar em casos inacreditáveis, como um anel de R$ 800 mil que o empreiteiro Fernando Cavendish deu para a mulher do então governador do Rio, Sérgio Cabral.
Relações próximas entre grandes empresários e políticos poderosos são comuns em várias partes do planeta, mas no Brasil elas se tornaram rotineiramente promíscuas. A Lava Jato está escancarando tudo isso.
Com os fatos que se tornam públicos, esta talvez seja uma oportunidade única de se passar o Brasil e limpo e de se iniciar a construção de um novo país.
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