A primeira noite do retorno do Projeto Jazz Soul Blue Jam Session, que aconteceu no dia 29 de setembro no Baxter’s Bar do Clube dos Ingleses, foi o maior sucesso.
Mais de 60 pessoas lá estiveram presentes e puderam acompanhar uma noite repleta dos melhores “standards” de Jazz, interpretados pelo Trio+Um, além das surpreendentes participações especiais de músicos que lá estavam.
Esta nova etapa do projeto faz parte das atividades mensais permanentes do Rio-Santos Bossa Fest e do Rio-Santos Jazz Fest, que acontecem em Santos, nos meses de janeiro e abril, respectivamente. O próximo encontro tem data marcada para o dia 20 de outubro, quinta-feira com a apresentação do Trio +Um, tendo como convidado especial, o guitarrista Edinho Godoy. O evento já se tornou referência musical e cultural na região, oferecendo uma receita perfeita: música, excelente gastronomia, bebidinhas e um ponto de encontro de primeira qualidade.
A cidade de Santos ganhou um local diferenciado, aconchegante e exclusivo, com capacidade para até 100 pessoas, agora utilizado culturalmente com maior frequência.
O público-alvo são os sócios do clube e convidados, que gostem de boa música e que poderão desfrutar de um local agradável e seguro para conversar, se divertir, gerar negócios e aproveitar também estes encontros, para degustar um cardápio exclusivo e diferenciado criado pelo restaurante do clube, especialmente para as noites musicais.
O Trio+Um é um quarteto de música instrumental e Jazz, formado por André Willian (Piano), Elizeu Custódio (Contrabaixo), Fabiano Guedes (Bateria) e Rodrigo Vilela (Saxofone).
Os integrantes do quarteto já trabalhavam juntos em outras formações e em 2015 se juntaram para formar o Trio+Um, com a proposta de estudar e tocar clássicos do Jazz.
O convidado especial da noite será o guitarrista Edinho Godoy, experiente músico santista que recentemente completou 30 anos dedicados profissionalmente à música, com destaque para a área instrumental, nunca deixando de lado seu amor pela MPB, tendo dividido o palco, entre outros nomes importantes, com Johnny Alf, um dos percussores da bossa-nova, além do guitarrista e compositor mineiro Toninho Horta. “Canal 3”, seu primeiro CD solo lançado em 2002, foi uma experiência muito bem sucedida do ponto de vista de público e crítica.
O CD recebeu diversos elogios de revistas conceituadas de grande circulação nacional como Guitar Player e Backstage. São esperadas também canjas de músicos, mostrando que a música tem o poder de aproximar as pessoas, sem preconceitos. Anotem na agenda as outras datas reservadas do Projeto Jazz Soul Blue Jam Session são as quintas-feiras: 24 de novembro e 8 de dezembro.
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Chet Baker – “The Last Great Concert – My Favourite Songs – Vol. I & II”
O trompetista e cantor Chet Baker pode ser considerado como um dos grandes nomes do Jazz e sua trajetória de vida conturbada foi marcada por muitos altos e baixos. Foi um dos criadores do “west coast”, uma variante do “cool” de Miles Davis e Gerry Mulligan, vertentes do Jazz e a sua forma de cantar influenciou diretamente a Bossa Nova.
Destaco suas últimas gravações feitas ao vivo na Alemanha em 1988 ao lado da NDR Big Band e da Radio Orchestra Hannover, registradas duas semanas antes do seu falecimento, ocorrido em circunstâncias, que permanecem duvidosas até os dias de hoje.
Neste primoroso trabalho lançado no ano de 1990 pelo selo Enja, destaque para as participações de Walter Norris no piano, Herb Geller no saxofone, John Schoeder na guitarra, Lucas Lindholm no contrabaixo e Aage Taggaard na bateria.
Apesar de estar debilitado de saúde e decadente, neste concerto Chet Baker deu o máximo da sua capacidade e o resultado musical é comovente. E até parece que ali ele já sabia que estava se despedindo do seu público com uma grande “performance”. Coisas que sentimos ao ouvir com atenção as faixas do disco e que não podemos explicar.
O disco duplo tem 14 temas, divididos em dois “sets” de sete músicas cada um e no primeiro disco merecem destaque os temas de abertura “All Blues” (que homenageia Miles Davis) , “My Funny Valentine”, “Summertime” e “I Fall In Love Too Easily, relembrando a sonoridade mágica dos anos cinquenta, que foi o auge da sua carreira.
Já no segundo disco, destaco o clássico “Look For The Silver Lining”, e mais “Conception”. “There`s A Small Hotel” e a balada de emocionar “Tenderly”.
Despedida em grande estilo deste improvisador lírico, autodidata, dono de um toque macio e de vocais sussurrantes. É um dos meus artistas favoritos.
Stan Getz & Kenny Barron – “People Time”
Este álbum duplo do saxofonista Stan Getz, com 14 temas, lançado originalmente em 1992 pelo selo Verve Gitanes Jazz, foi eleito pela revista Jazz Times como um dos 50 melhores álbuns de sax tenor de todos os tempos.
E curiosamente, também, foi gravado pouco antes da sua morte e é considerado por muitos como seu testamento musical.
E assim como aconteceu com a maioria dos gênios do Jazz, ele teve uma vida desregrada, instável e cheia de turbulências.
Getz pode ser considerado também como um dos maiores embaixadores da Bossa Nova nos Estados Unidos.
Fez gravações antológicas ao lado de João Gilberto, Astrud Gilberto e Tom Jobim. Sempre foi um grande fã e incentivador da nossa música.
Todas foram gravadas ao vivo no formato duo de sax e piano no Café Montmartre em Copenhague, um dos mais tradicionais templos do Jazz da Europa, fundado em 1959.
Surpreende ouvir a vitalidade do sopro de Stan Getz encontrando seu velho parceiro Kenny Barron ao piano. Cumplicidade pura.
No primeiro disco, destaque para “East Of The Sun” (uma das minhas preferidas), o clássico “Night and Day”, “Like Someone In Love” e “I Remember Clifford”.
Já o segundo disco tem como destaques “First Song (For Ruth)”, “There Is No Greater Love”, a faixa título “Pepople Time”, “Softly, As In A Morning Sunrise” e “Soul Eyes”.
Stan Getz, saxofonista de sopro melódico, supremo e absoluto. Outro da minha lista de favoritos.