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Em debate, `Eixo do mal´ centra ataques no prefeito

27/09/2016Da Redação
Em debate, `Eixo do mal´ centra ataques no prefeito | Jornal da Orla
“Primeiramente: fora, Temer!”. A primeira frase dita pela representante do PSOL, Débora Camilo, logo em sua fala inicial no debate entre os candidatos à Prefeitura de Santos  promovido pela Santa Cecília TV, indicou a repetição da dinâmica verificada em encontros anteriores: ataques centrados no atual ocupante do cargo, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), com graus variados de agressividade.
 
Realizado na segunda-feira (26), com transmissão ao vivo, o encontro reuniu Carina Vitral (PCdoB), Débora Camilo (PSOL), Edgar Boturão (PROS), Genival Bezerra (PSDC) e Hélio Hallite (PRTB), Marcelo Del Bosco (PPS), Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) e Paulo Schiff (PDT).
 
Os ataques mais contundentes partiram de Carina Vitral, Débora Camilo, Hélio Hallite e Paulo Schiff, a ponto de Edgar Boturão classificar o grupo como “eixo do mal”. “Aqui um toca pro outro, aí mata no peito, e pau na administração!”, disse.
 
Como em outros debates, não faltaram menções ao “selfie” do prefeito ao lado do deputado federal Beto Mansur durante o incêndio na Ultracargo, a denúncia relativa ao “chequinho” e a interrupção do contrato de financiamento do Banco Mundial ao programa Santos Novos Tempos. 
 
O candidato do PRTB fez a declaração mais aguda do debate: “Falaram que o assalto a uma empresa de valores foi feito por bandidos profissionais. Profissionais mesmo foram aqueles que assaltaram o Banco Mundial sem dar nenhum tiro”, disse Hallite. O prefeito pediu direito de resposta à organização do debate, mas não foi atendido.
 
Débora Camilo acusou a atual gestão de priorizar os interesses de grupos empresariais, dentro de uma “lógica privatista”, e não atender às necessidades da maioria da população.
 
Carina Vitral repetiu que falta ao prefeito liderança política e exemplificou com o projeto Porto-Valongo, que segundo ela, não saiu do papel por falta de empenho de Barbosa. 
 
Paulo Schiff criticou o gasto exagerado com aluguel de imóveis, veículos e até a conta de telefonia celular. Também acusou o prefeito de ter perdido o financiamento do Banco Mundial e não ter usado recursos da Sabesp no programa Santos Novos Tempos, como havia anunciado.
 
Marcelo Del Bosco reclamou da morosidade do programa habitacional do município. Segundo ele, a atual administração não construiu mais do que 16% das unidades prometidas. “Neste ritmo, vai demorar 128 anos para acabar com o déficit habitacional da cidade”.
 
Helio Hallite fez várias críticas à gestão de Barbosa e disse que, para ele, há três cidades: a enganada, a ignorada e a desconhecida. E, bem ao seu estilo, fez questão de registrar: “Quero parabenizar o Edgar Boturão pela bela gravata laranja”.
 
Boturão salientou que não iria fazer demagogia, prometendo o que não poderia cumprir, e defendeu a revisão de tombamentos de imóveis no Centro, “ao menos 50% deles”, e a descentralização dos investimentos em saúde, para que as cidades vizinhas possam receber equipamentos e evitar que moradores de outros municípios precisem vira Santos para serem atendidos.
 
Genival Bezerra disse que, caso eleito, fará “a maior auditoria” da história de Santos e “começar do zero, enxugar tudo”. Ele criticou o volume de recursos gastos com a construção do Hospital dos Estivadores e ponderou  que o dinheiro seria mais bem gasto em unidades básicas de saúde. 
 
Paulo Alexandre Barbosa fez uma defesa vigorosa de seu mandato e, em alguns momentos, acusou os adversários de estarem mal informados. Ele relacionou uma série de obras realizadas em sua gestão e salientou, mais uma vez, que ela foi considerada “a mais transparente do Brasil” pelo Ministério Público Federal.