Baixada Santista

Cubatão firma parceria com Associação Chevra Kadisha para restauração do Cemitério Israelita

27/09/2016Da Redação
Cubatão firma parceria com Associação Chevra Kadisha para restauração do Cemitério Israelita | Jornal da Orla
A Prefeitura de Cubatão, por intermédio da Secretaria Municipal de Cultura, está mantendo entendimentos com a Associação Cemitério Israelita de São Paulo – Chevra Kadisha, visando à restauração do Cemitério Israelita de Cubatão.
 
O anúncio da nova parceria foi feito na manhã desta segunda-feira (26), pelo secretário de Cultura Welington Ribeiro Borges, durante visita feita ao local por um grupo de escritores e artistas internacionais, de origem judaica, que estão participando do evento literário Tarrafa Cultural, realizado esta semana em Santos.
 
Welington explicou que a entidade israelita fará a restauração dos túmulos, calçamentos, bancos e demais equipamentos da área, cabendo à Prefeitura cuidar da manutenção permamente do local, providenciando limpeza e roçagem e pequenos reparos. A Chevra Kadisha procura, atualmente, uma empresa especializada em restaurações.
 
Manutenção – Tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural da cidade em 2010, o cemitério apresenta alguns problemas de manutenção, principalmente dos túmulos, que datam do início do século 20.
 
O cemitério foi fundado pela Associação Beneficente e Religiosa Israelita de Santos em 1929, sendo assumido pela Chevra Kadisha em 1996, quando houve a última restauração na área, também mediante parceria com a Prefeitura. Ali não há novos sepultamentos desde os anos 1960.
 
Polacas – O Cemitério Israelita de Cubatão é o primeiro da comunidade judaica a ser considerado patrimônio histórico no Brasil. Ocupa uma área de 800 metros quadrados anexa ao Cemitério Municipal e tem 75 túmulos (55 de mulheres e 20 de homens), sendo o mais antigo deles de 1929 e o mais recente de 1966.
 
O interesse histórico está relacionado ao fato de estarem ali sepultadas mulheres integrantes da comunidade judaica que, em sua maioria, atuavam na prostituição, as chamadas “polacas”. Eram imigrantes do Leste Europeu que, em busca de melhores condições de vida, instalaram-se na Baixada Santista e viveram em situação de grande dificuldade financeira, sem deixar de lado as tradições e os costumes judaicos.
 
Escritores – Entre os escritores que visitaram o local nesta segunda-feira estavam Arnon Grunberg, holandês de origem judaica, radicado nos Estados Unidos, e o mexicano David Toscana, autor do livro Lontananza Bar, acompanhado da esposa Sarah Toscana, que é judia de origem polonesa. Ela ficou emocionada ao conhecer a história das “polacas”.
 
O grupo teve como cicerone o escritor cubatense Manoel Herzog, tradutor do Lontananza Bar para o português.