Mais uma prova de como andam as coisas no Brasil foi dada esta semana pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que absolveu o deputado federal Celso Russomanno (PRB), acusado de pagar uma funcionária de sua produtora de vídeo com dinheiro da Câmara Federal. Na linguagem popular, uma funcionária fantasma.
Os juízes do STF admitiram que a prática ocorreu, mas inocentaram o parlamentar por considerar que não cabia a acusação de peculato. “Peculato é a apropriação ou desvio em proveito próprio ou alheio. Não admite-se peculato quando o agente público utiliza mão de obra pública, inexistindo a figura do peculato de serviço”, alegou o ministro Celso de Mello.
Com a decisão, Celso Russomano pode disputar a Prefeitura de São Paulo. Ele é o líder nas pesquisas de intenção de voto.
Cada um por si
Em Brasília, está cada vez mais visível o distanciamento entre a presidente afastada Dilma Rousseff e as lideranças do Partido dos Trabalhadores, entre eles o presidente, Rui Falcão, e o próprio Lula. Com o impeachment praticamente sacramentado, Dilma estaria preocupada apenas em defender a sua biografia, atribuindo todos os problemas ao PT. Já os petistas acreditam que a coisa deu no que deu por causa de uma série de erros da “presidenta”.
O caldo entornou de vez quando Dilma disse que a responsabilidade pelas finanças de suas campanhas eleitorais (que foram abastecidas por caixa 2, segundo o marqueteiro João Santana) é de responsabilidade exclusiva do partido.
Sem Padrão Fifa, por favor…
Candidata a prefeita de Santos pelo PCdoB, a estudante de economia Carina Vitral foi aconselhada a não usar mais em seus discursos o termo “Padrão Fifa”, como fez no evento ocorrido quinta-feira passada (4), com a presença do ex-presidente Lula. Em sua fala, ela quis dizer que queria serviços de saúde e educação de qualidade mas, para o conselheiro da comunista, é melhor evitar dizer “Padrão Fifa”, uma vez que a entidade está enterrada em casos de corrupção, inclusive com dirigentes presos.
O “Vizinho” da Odebrecht
Na delação em que revelaram que José Serra (PSDB) recebeu R$ 23 milhões (em valores atualizados, R$ 34,5 milhões) via caixa 2 na campanha presidencial de 2010, os executivos da Odebrecht revelaram que o político tucano era identificado como “Careca” e “Vizinho”.
Segundo os funcionários da empreiteira, o dinheiro seria proveniente do superfaturamento de obras do Rodoanel, feitos na época em que Serra era governador.
José Serra divulgou nota negando tudo e classificando as acusações como absurdas. “A campanha foi conduzida na forma da lei e, no que diz respeito às finanças, era de responsabilidade do partido”.
Questão de tempo
O clima no PT é de velório. Um advogado, militante histórico e com bom trânsito na cúpula do partido, acredita que a prisão do ex-presidente Lula é uma questão de tempo. Ele considera não haver motivos jurídicos para isso, mas a análise fria dos acontecimentos leva a concluir que o líder petista está sendo perseguido e será vítima de um ato arbitrário.
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