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Mais esperança para os portadores de Hepatite C

16/07/2016Da Redação
Mais esperança para os portadores de Hepatite C | Jornal da Orla
Até pouco tempo atrás, receber o diagnóstico positivo para hepatite C era quase que um atestado de morte. Felizmente, este cenário mudou, com o desenvolvimento de novas terapias e medicamentos, que em apenas 12 semanas e com menos efeitos adversos, aumentam a chance de cura para 90%.
 
“Praticamente um ano após a chegada do novo tratamento para a hepatite C no Brasil, é possível notar que as combinações atuais de tratamento livre de interferon, disponíveis gratuitamente no SUS, alcançam chance de cura superior a 90%, inclusive entre os pacientes cirróticos, que podem ser tratados, curados e, consequentemente, dispensados da fila do transplante. Com isso, a busca pelo paciente, por meio do diagnóstico precoce, é cada vez mais fundamental”, explica a gastroenterologista Maria Lúcia Ferraz, diretora da Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH).
 
Apesar da notícia animadora, o que preocupa os especialistas é o número de casos não diagnosticados, isto é, pessoas que têm a doença mas não sabem. No 19º Hepatologia do Milênio, evento realizado esta semana em Salvador, eles discutiram estratégias para “encontrar os pacientes”. 
 
Uma pesquisa encomendada pela Sociedade Brasileira de Hepatologia e pela Sociedade Brasileira de Infectologia em 2015 revelou que, de 10 pessoas portadoras, seis desconhecem possuir a doença – o que corresponderia a cerca de 1,2 milhão de brasileiros, de acordo com o Ministério da Saúde.
 
A hepatite C é uma doença silenciosa e grave, que pode se manifestar apenas depois de muito tempo em estado já avançado a partir da cirrose e o câncer no fígado. 
“Na maioria das vezes a doença é assintomática, mas em alguns casos surgem sintomas como vômitos, náuseas e mal-estar. A ingestão de bebidas alcoólicas também pode acelerar a progressão da hepatite C”, explica.
 
Diagnosticar o quanto antes
Quanto antes for feito o diagnóstico, maiores as chances de cura. O teste para detecção da doença é fácil, rápido, gratuito e está amplamente disponível na rede pública. O Brasil é um dos únicos países em desenvolvimento no mundo que oferece diagnóstico, testagem e tratamento universal para as hepatites virais gratuitamente. Apenas em 2015, o Ministério da Saúde comprou R$ 1 bilhão em medicamentos contra a hepatite C.
 
CONTÁGIO- A transmissão da hepatite C ocorre, dentre outras formas, por meio de relação sexual,  transfusão de sangue, materiais contaminados como seringas e objetos de higiene pessoal (lâminas de barbear e alicates de unha etc).
 
Teste rápido
Para destacar a necessidade de se fazer o teste, diversos prédios da cidade estão iluminados na cor amarela. Entre eles, a Prefeitura, o prédio do Fundo Social, do Hospital Estadual Guilherme Álvaro, Hospital Ana Costa e prédio da OAB. No dia 29, a testagem rápida para hepatite C será oferecida na sede do Sindipetro (Av. Conselheiro Nébias, 248, Vila Nova), das 8h30 às 16h. O local também vai sediar um encontro de profissionais da saúde, que terá a participação de especialistas como os infectologistas Evaldo Stanislau, Marcos Caseiro e Ricardo Hayden.
 
Jovens descuidados
Outra doença cujo diagnóstico positivo também era considerada uma sentença de morte, a Aids agora vem preocupando os especialistas por conta no aumento do número de casos na população mais jovem, entre 15 e 29 anos. O motivo é eles, por não terem vivido a época em que a aparência das pessoas infectadas revelava o poder devastador da doença, se descuidam na prevenção. Em resumo: não usam camisinha nas relações sexuais.
 
Em Santos, são confirmados em média cinco novos casos de HIV por semana. No ano passado, foram diagnosticados um total de 278 casos -28% a mais do que em 2012. 
 
Teste- O Grupo de Apoio aos Portadores de Aids (Gapa) da Baixada Satnista promove em sua sede neste sábado (16), das 11 às 16h, um mutirão de testes para detecção do vírus HIV. Feito com uma amostra da saliva, o teste fica pronto em 20 minutos e tem 99,9% de eficácia. O endereço é Rua Colômbia, 44, Boqueirão).