Estima-se que cerca de 10% das mulheres sexualmente ativas já tenham mantido uma relação sexual na qual se sentiram obrigadas, quer por medo da violência, quer por não aceitar o tipo de prática a que fora submetida.
Desde 2013, os hospitais são obrigados, por força de lei, a oferecer o que foi denominado de “profilaxia” da gravidez e das DST. Contra uma possível gravidez, é indicado o uso de contraceptivo de emergência. Administra-se uma única dose do hormônio levonogestrel. O tempo é fator fundamental. Quanto mais imediata for a utilização, menor é o risco de gravidez. A indicação para o uso do contraceptivo de emergência é de até cinco dias após a relação sexual.
Contra a infecção pelo HIV há o protocolo denominado “Profilaxia Antirretroviral Pós-Exposição de Risco para Infecção pelo HIV” (PEP), elaborado pelo Ministério da Saúde. Idealmente, a prescrição de PEP deve ser iniciada no prazo de duas horas após o estupro, com limite máximo de 72 horas. Passado esse tempo, o protocolo já não é mais indicado, devendo-se manter acompanhamento clínico e laboratorial. O uso de PEP será pela administração de três medicamentos antirretrovirais (contra o HIV), durante 28 dias consecutivos.
Contra as demais possíveis DST, serão necessários diversos outros antibióticos, em sua maioria dados em dose única. Sífilis, gonorreia e tricomoniase são infecções sexualmente transmitidas que exigem antimicrobianos diferentes. Tanto a aplicação de PEP quanto o uso de antibióticos contra as DST, estão indicados nos casos de agressão única. Quando a violência for crônica e repetida, outros procedimentos devem ser utilizados.
Ainda há o risco da infecção por hepatite B. Nesse caso, se houver a absoluta certeza de que a vítima está imunizada contra a hepatite B por meio da vacinação, não é necessária a profilaxia. A incerteza não cabe contra a vítima do abuso sexual, a medicação deve ser iniciada para diminuir as consequências da covardia e violência do estupro.
Se ainda tiver dúvidas, encaminhe-as para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail
[email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.
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