Como a Operação Lava Jato está chegando perto demais e colocando em risco os bons negócio$ da República, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) resolveu desengavetar um projeto de 2009 que prevê punições a abuso de autoridade de agentes da administração pública e membros do Judiciário, Ministério Público e Legislativo.
Acusado de envolvimento na Lava Jato e alvo de quase dez inquéritos que continuam nas gavetas do STF, Renan Calheiros, velho conhecido dos brasileiros, tem tanta pressa na mudança da lei que determinou urgência na tramitação do projeto. Como a coisa não anda nada boa para alguns políticos que saquearam os cofres públicos, talvez a solução seja mandar prender o juiz e o delegado. Deve ser o que pensam Renan e parceiros. Pobre Brasil, nas mãos dessa gente!
A ação de Renan tem um objetivo claro: barrar a Operação Lava Jato. Algo semelhante aconteceu na Itália com a chamada Operação Mãos Limpas, que colocou atrás das grades figurões da República que assaltavam o Estado. Como a operação ameaçava boa parte da classe política, o Parlamento italiano criou uma lei que, na prática, freou as investigações.
O presidente do Senado pretende seguir o modelo italiano no Brasil para que tudo acabe em pizza e a roubalheira possa seguir “seu curso natural” sem que seus autores sejam “importunados” pela Polícia Federal, Ministério Público ou pelo próprio Poder Judiciário. Com uma mudança na Lei, salvam a pele dos políticos ladrões e de seus comparsas e o Brasil volta a ser o país da impunidade. Simples assim.
Nesse jogo sujo, o STF (Supremo Tribunal Federal) tem uma boa parcela de responsabilidade. A mais alta corte do país tem a rapidez de uma tartaruga quando se trata de julgar políticos ladrões, ao contrário do juizado de primeira instância, que tem se mostrado ágil e rigoroso. Os ministros deixam dormir em suas gavetas processos de corrupção envolvendo deputados e senadores, como o próprio Renan e Collor.
Diante da manobra de Renan, ou o STF reage ou os malandros vão vencer novamente.
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