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John Pizzarelli Brasil Tour 2016

04/06/2016
John Pizzarelli Brasil Tour 2016 | Jornal da Orla
O guitarrista e cantor americano John Pizzarelli estará de volta ao Brasil na semana que vem, para mais uma turnê nacional, passando por São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. Depois de dois anos de ausência, o giro pelo Brasil desta vez será mais rápido e só incluirá as capitais. Santos esteve bem perto de receber o show pela quarta vez.
 
Ele virá acompanhado do seu quarteto e o repertório do show será basicamente o do seu mais recente trabalho, lançado no final de 2015, pelo selo Concord Records, com 13 faixas, exclusivamente com composições do repertório do genial Paul McCartney.
 
O mais curioso é que o projeto do disco nasceu de uma correspondência vinda de Londres e recebida por John Pizzarelli em Nova York.
 
O remetente, simplesmente Sir Paul McCartney, que no texto da carta lhe perguntava se ele não gostaria de gravar um disco com algumas de suas músicas de sua fase posterior aos Beatles.
Na mesma carta, McCartney batizou o nome do disco, “Midnight McCartney”, e sugeriu que a capa do disco fosse uma foto de Pizzarelli caminhando pelas ruas de Nova York. Dias depois, John recebeu pessoalmente em sua casa um emissário que trabalhava para Paul McCartney nos Estados Unidos, com o pedido formal para a gravação do disco e a sugestão de algumas músicas.
 
Paul McCartney já havia trabalhado com John Pizzarelli, em 2012, nas gravações do CD “Kisses On The Botton”, com canções clássicas cantadas pelo ex-Beatle quando criança, gravadas de forma intimista e com uma levada jazzística surpreendente.
 
Este projeto deu tão certo que ganhou uma versão maravilhosa em DVD, intitulado “Live Kisses”, onde McCartney, ao lado de um time de feras, incluindo John Pizzarelli e Diana Krall, gravaram ao vivo as principais músicas do aclamado “Kisses On The Bottom”, no mítico Estádio A, do Capitol Studios, em Hollywood.
 
A criativa liberdade de Pizzarelli  já pode ser notada na primeira faixa do disco,  “Silly Love Songs”, gravada numa levada de Bossa Nova de arrepiar. E, na sequência, vieram também na energia brasileira “Maybe, I’M Amazed” e a faixa bônus “Wonderful Christmas Time”.
 
Outra curiosidade: a presença da sua mulher e cantora Jessica Molaskey, estrela de diversos musicais da Broadway e sua filha estreante Madeleine Pizzarelli, nos vocais em várias faixas.
 
Destaque também às participações do seu talentoso irmão Martin Pizzarelli no contrabaixo acústico, Duduka da Fonseca na bateria, o pianista Hélio Alves, seu pai e lendário guitarrista Bucky Pizzarelli e a orquestração afinadíssima de Don Sebesky. Na parte musical, além das três músicas já citadas na levada de Bossa Nova, destaco “My Love”, “Coming Up”, que contou com a participação muito especial do cantor Michael McDonald, “No More Lonely Nights”, “My Valentine” e “Some People Never Know”.
 
Para finalizar, ele recentemente me revelou seu íntimo desejo de lançar um disco só com músicas brasileiras, que pode ser o 45º álbum de sua carreira, que já atingiu 35 anos de estrada. Estou aqui na torcida para que isso aconteça realmente.
 
John Pizzarelli “Salutes Johnny Mercer – Live A Birdland”
Tive a honra e o privilégio de receber este raro exemplar, direto de Nova York, encaminhado pelo próprio guitarrista e cantor, John Pizzarelli, considerado como um dos maiores nomes do Jazz da atualidade. Agradecimento especial para Joel  Hoffner, da Vector Management.
 
Lançamento, de 2015, do selo Deluxe Sounds, gravado ao vivo no “Birdland”, templo sagrado do Jazz de Nova York, dirigido por Gianni Valenti, resultado do que melhor aconteceu em 10 shows, distribuídos em 5 noites bastante concorridas, que contaram com a participação de Kenny Berger no saxofone barítono e clarinete, Budd Burridge no trompete e flugelhorn, Ken Hitchcock no sax alto e tenor, clarinete e flauta, John Mosca no trombone e do seu trio formado por Kevin Kanner na bateria, Konrad Paszkudski no piano e seu inseparável e talentoso irmão Martin Pizzarelli no contrabaixo. Os arranjos foram assinados pelo criativo e renomado Don Sebesky, parceiro de Pizzarelli em outros trabalhos importantes da sua carreira.
 
O CD traz 20 faixas, algumas mais conhecidas e outras não muito festejadas, homenageando o compositor americano Johnny Mercer, um dos mais importantes do cancioneiro americano e autor de mais de 1.500 músicas, a grande maioria como inspirado letrista. E, curiosamente, também, cantor, ator, apresentador de rádio e TV, roteirista de rádio, cinema e TV e um dos fundadores de uma das maiores gravadoras do mundo, a Capitol Records. E, para finalizar, um talentoso pintor.
 
A trajetória artística de Johnny Mercer começou a decolar quando ele se mudou de Savanah, sua cidade natal localizada no Estado da Geórgia, e foi para Nova York, no final dos anos 20.
 
Logo depois, no ano de 1930, teve uma canção publicada, gravada e usada num espetáculo da Broadway e não parou mais de compor e chegou a ter o expressivo número de 100 parceiros.
 
No ano de 1935, se mudou para Los Angeles e, até meados da década de 70, compôs uma grande quantidade de músicas para mais de 60 filmes de Hollywood.
 
Merecida homenagem que John Pizzarelli fez a esse compositor, que ele considera como um de seus favoritos.
 
Pizzarelli é um dos artistas de Jazz mais atuantes e importantes da atualidade. Sua agenda é sempre muito concorrida e é incrível constatar sua intensa produtividade, participando de shows, gravações de estúdio e na elaboração de novos projetos.
 
Celso Fonseca – “Like Nice”
O cantor, guitarrista, violonista, produtor e compositor carioca Celso Fonseca lançou, no final de 2015, seu mais recente trabalho, pelo selo, Universal Music, aqui no Brasil e em diversos países: Inglaterra, Holanda, Itália, Espanha, Portugal, Bélgica, Áustria, Suécia, Noruega, Dinamarca, Finlândia, Suíça, Israel, África do Sul, Nova Zelândia, Austrália, Japão e Argentina.
 
A sonoridade das faixas é surpreendente e reforça que a Bossa Nova continua sendo composta e produzida com absoluta inspiração e encantamento nos dias de hoje. Mais uma prova contundente de que a Bossa não é coisa do passado e sim do presente. E Celso Fonseca já havia feito isso anos atrás, no ano de 2001, quando lançou “Juventude/ Slow Motion Bossa Nova”, outro CD clássico da Bossa contemporânea. “Like Nice” é um trabalho impecável, de extremo bom gosto que traz 13 faixas autorais, sendo 8 como autor único, 4 em parceria com seu grande amigo de longa data, Ronaldo Bastos, e uma versão internacional. Foram cantadas em português e inglês e também ganhou uma faixa instrumental.
 
Ele dá um verdadeiro show de interpretação com seu violão, com uma batida forte e envolvente, num diálogo bossanovista de emocionar.
 
Merecem destaque os belíssimos arranjos de cordas que contaram com a regência Eduardo Souto Neto e também os arranjos de metais que contaram com a regência de Jessé Sadoc, presentes em todas as faixas, além das participações especiais de Marcos Valle no piano elétrico Rhodes e Rildo Hora na harmônica. E, mais, Jorge Helder no contrabaixo, Jorjão Barreto no piano e piano elétrico Rhodes, Robertinho Silva e Junior Moraes na percussão e Flavio Santos na bateria.
 
Não deixe de ouvir a bonita versão do clássico “Stormy” e mais “O Que Vai Sobrar”, “Porque Era Você”, “I Could Have Danced”, “Canção Que Vem”, “Céu”, “Zum Zum”, a faixa título “Like Nice” e, a minha preferida, a instrumental “Rio 56”, que é uma verdadeira viagem. Magnífica composição.
 
Fica uma dica: escute o CD para relaxar, namorar, sonhar e viver. A Bossa Nova e sua poesia vão ser companhias muito especiais e inspiradoras. Um disco que merece ser ouvido com muita calma e atenção e que considero um dos melhores lançamentos do ano de 2015.