O número de casos de contaminação pelo vírus da aids em Cubatão cresceu em 2015 em comparação com a média registrada nos quatro anos anteriores. Enquanto em 2011 foram diagnosticados 11 novos pacientes; em 2012, 10; 2013, outros 10; e em 2014, 4; no ano passado foram 33 testes positivos notificados na Cidade. De 1987 a 2015, Cubatão registrou 839 casos de contaminação pelo vírus HIV.
Desde sua criação em 2003, o Centro de Testagem e Aconselhamento em DSTs, aids e hepatites já realizou cerca de 18 mil exames, com a média anual de 1.400 testes. Atualmente, o centro apóia a campanha estadual “Fique Sabendo”, oferecendo testes em sua sede, na Rua Dom Pedro I, 103, na Vila Nova (telefone 3362-6919). O atendimento, gratuito, ocorre de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 11 horas. No período da tarde, de segunda a quinta-feira, das 13h às 15h.
Vale frisar que qualquer pessoa, maior de 12 anos, pode procurar o centro. Ou seja, não é necessário autorização dos pais ou responsáveis para realizar o exame. Os resultados são entregues individualmente e apenas para o próprio interessado. No caso de diagnóstico positivo, há o encaminhamento ao Serviço de Atendimento às Doenças Transmissíveis, onde o paciente de HIV/aids/hepatites recebe atendimento de equipe interdisciplinar. Atualmente, mais de 400 usuários fazem uso do antirretroviral (coquetel).
O aumento da incidência da contaminação de jovens e idosos pelo vírus HIV preocupa o secretário municipal de Saúde, Benjamin Rodriguez Lopez. “São dois grupos onde a epidemia de Aids está crescendo”, alertou, reforçando a necessidade do uso de preservativo em todas as relações sexuais. “Infelizmente, os jovens deixaram de usar camisinha. Sentem-se mais seguros. O fato é que temos tratamento, mas não há cura”.
Para Benjamin Lopez, a mídia tem de voltar a pautar a prevenção em suas reportagens. “Enfrentamos a epidemia de aids da década de 1990 ao início deste milênio. Na época, a mídia falava no assunto o tempo todo. Hoje, a questão da prevenção caiu no esquecimento”.
Além dos jovens, Benjamin Lopez destaca outro grupo vulnerável em 2015: a terceira idade. “Trata-se de uma geração que não discutiu sua sexualidade com o uso da camisinha nos anos de 1950, 1960 e 1970, quando muitos sentiam vergonha no simples fato de entrar em uma farmácia e comprar o preservativo. Mas é uma geração que, graças ao Viagra e aos remédios que restauraram a potência do homem, voltou a ter vida sexual ativa e não está se prevenindo contra a aids”.
O secretário frisou que também está aumentando a incidência entre as mulheres. “Muitos desses homens da terceira idade acabam tendo relações extraconjugais e depois levam o vírus para as mulheres, em casa. É difícil conversar com uma senhora de 50, 60 anos, e dizer para ela: use camisinha com seu parceiro. Estamos diante de um paradigma e temos de discutir muito isso”.
Em todas as unidades básicas de saúde de Cubatão é possível obter preservativos masculinos ou femininos gratuitamente. Ficam dispostos em caixas transparentes junto à entrada. O interessado pode retirar a quantidade que desejar, sem constrangimento.
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