É muito triste a realidade do Brasil. O país em chamas, com 10,4 milhões de desempregados, empresas e lojas fechando, milhões de cidadãos desesperados, sem ter como pagar suas contas básicas, e o STF (Supremo Tribunal Federal) discute se as pessoas podem ou não entrar com pipocas no cinema. O que mais é possível dizer depois disso? Francamente, não existem palavras capazes de definir a degradação moral que infelicita a Nação.
Enquanto a mais alta Corte do país discute pipocas, dorme nas gavetas dos ministros da Corte há 140 dias o pedido do procurador geral da República, Rodrigo Janot, para afastar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, acusado de usar o cargo “em benefício próprio e de seu grupo criminoso”. Já subiu para sete o número de delatores que acusam Cunha de receber propinas apuradas pela Operação Lava Jato.
O último deles, o ex-vice-presidente da Caixa Federal, Fábio Cleto, disse que Cunha recebeu R$ 52 milhões em troca de liberação de verbas do fundo de investimentos do FGTS para o projeto Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. Cunha, é claro, nega todas as acusações.
Collor e a reconstrução nacional
Também estão paradas na gaveta do ministro Teori Zavascki, do STF, as denúncias formuladas pelo Procurador Geral da República contra o senador Fernando Collor. O senador é acusado de ter cometido “apenas” 327 crimes. Ora, pipocas!
Collor, para quem não se lembra, era um dos grandes aliados dos governos petistas de Lula e Dilma, mas já pulou de barco e agora aparece dando conselhos a Michel Temer (PMDB), que deve assumir a presidência da República nos próximos dias. Collor propôs um “plano de reconstrução nacional”. Às vezes é preciso mudar para que tudo continue na mesma…
Aumento salarial
Bem, como não existe nada mais urgente do que pipocas e um bom reajuste para o Poder Judiciário, já foi acertado um acordão no Parlamento para que os funcionários do Judiciário ganhem um aumento escalado, até 2019, de 41%, o que vai representar uma despesa anual para o contribuinte da ordem de pouco mais de R$ 1 bilhão. Quase nada para uma das maiores economias do mundo. Crise?
Ora, pipocas!
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