O afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT) pelo Senado deve ocorrer entre os dias 12 e 17. Assumirá o vice, Michel Temer (PMDB), que terá pouco tempo para mostrar ao país que a mudança será positiva, e que trará de volta a esperança e os milhões de empregos perdidos nos últimos meses.
A exemplo de Dilma, Temer não tem a confiança da maioria do povo brasileiro, segundo as pesquisas de opinião. Terá de mostrar serviço e provar que o PT e aliados estão errados ao chamá-lo de “golpista”. Não será uma tarefa fácil, até porque as finanças do país estão em frangalhos e medidas duras serão necessárias para o necessário ajuste fiscal e a consequente retomada da confiança por parte dos empresários.
Temer é um político hábil, ao contrário de Dilma, foi três vezes presidente da Câmara Federal, e tem trânsito fácil em vários partidos. Mas, convenhamos, ao seu lado estão velhas raposas da política, algumas frequentando páginas policiais, como Renan Calheiros e Eduardo Cunha, respectivamente, presidente do Senado e da Câmara.
A roubalheira produzida pelo PT no governo foi um dos motivos da insatisfação popular que levaram à queda de Dilma, mas é bom lembrar que o PMDB de Temer foi sócio no que se revelou um projeto criminoso de poder. Não há santo na política, mas até mesmo na bandidagem se exige um mínimo de ética.
O fato é que o tempo conspira contra Temer. O futuro presidente terá de definir um ministério de notáveis, cortando vários deles, e adotar medidas impopulares, como aumento de impostos. E com o PT e seus tradicionais aliados radicais mordendo-lhe os calcanhares.
Se Temer fracassar, e o risco é grande, não restará ao país outra alternativa senão a de convocar eleições gerais, como já defendem alguns parlamentares independentes e setores da sociedade. O fato é que, em qualquer alternativa, teremos tempos difíceis pela frente. A conta do populismo chegou e é muito alta.
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