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Os Panamá Papers

14/04/2016 Christian Moreno
Os Panamá Papers | Jornal da Orla
Os “Panama Papers” são um escândalo internacional. Os documentos vazados da empresa (ou seria lavanderia?) Mossack Fonseca, especialista em criar empresas de fachada, já resultaram até em queda de primeiro-ministro (na Islândia).
 
No Brasil, de acordo com o UOL, os papéis indicam 107 offshores ligadas a pessoas ou empresas envolvidas nas investigações da operação Lava Jato. Ao contrário do que ocorre lá fora, no Brasil não se vê tanto alarde na mídia. A Globo, por exemplo, já virou notícia no Exterior por conta dos Panamá Papers…
 
O portal “deVerdieping Trouw” e o jornal “Het Financieele Dagblad”, ambos holandeses, analisaram os documentos. Constataram que a rede da família Marinho teria usado offshores para pagar intermediários na compra de direitos da Copa Libertadores. O esquema envolve a Conmebol e a empresa de fachada holandesa T&TSM.
 
O periódico argentino “La Nación” também destacou o assunto. “A T&T negociou acordos milionários com o canal brasileiro TV Globo, com depósitos feitos no ING Bank, em Amsterdã”, diz o jornal. O período dos contratos começa em 2004 e se estende até 2019.
 
A Globo emitiu uma nota se dizendo “prejudicada ” pelas irrugularidades. E não está deixando de cobrir o caso. Olha a incrível manchete que saiu no portal G1: “‘Panama’, do Van Halen, é três vezes mais buscada após ‘Panama papers'”!
 
Em outra ponta, na operação de busca e apreensão feita pela Polícia Federal na sede da Mossack Fonseca no Brasil, foram encontrados documentos de três offshores que seriam ligadas à Paula Marinho, filha de João Roberto Marinho (um dos donos da Globo). Será que por aqui os Panamá Papers cairão no esquecimento, tomando o mesmo caminho do escândalo envolvendo o HSBC e a Operação Zelotes? 
 
Quem mente? – Patética a participação da jornalista Miriam Dutra no sempre excelente “Mariana Godoy Entrevista”, na Rede TV!. Entre outras coisas, a ex-amante do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou não se lembrar de ter assinado contrato com a Brasif – empresa que FHC teria usado para enviar a ela dinheiro no Exterior, por meio de um contrato fictício de trabalho.
 
Curiosamente, a própria Miriam teria afirmado o oposto recentemente, à Folha de S.Paulo, inclusive entregando um documento provando o acordo.
 
“Não conheço, nunca tive contrato com outra empresa [além de Globo, onde trabalhou]. Se houve, eu sinceramente não me lembro. Eu não me recordo exatamente como as remessas eram feitas, minha única preocupação era que chegasse o dinheiro para pagar o colégio [dos filhos]”, comentou. 
 
Então alguém mente nessa história. O jornal ou a jornalista?