
Começa com o telejornal às 21h30, passa para o “Câmera Record” e termina com o “Repórter Record Investigação”.
Ano passado, em dias diferentes, os dois programas dedicados à reportagens tiveram bons índices de audiência, e a emissora decidiu abrir 2016 colocando-os em sequência.
Aliás, a Record tem colecionado prêmios com o “Repórter Investigação”. Já são oito desde a estreia da atração, em 2014. E o mais recente veio semana passada: depois de ganhar o ExxonMobil (Prêmio Esso) de Telejornalismo e o 32º Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo, a reportagem “Kalungas: as eternas escravas” faturou o Prêmio Rei da Espanha na categoria Televisão.
A premiação é promovida pela Agência EFE e a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID).
Dirigida por Marcelo Magalhães e conduzida pelo repórter Lúcio Sturm, “As eternas escravas” mostra a região de Quilombo Kalun, a 320 quilômetros de Brasília, onde jovens da tribo Kalunga são vítimas de abuso sexual e exploração de trabalho infantil.
Se por um lado, merecidamente, o jornalismo da emissora tem motivos para comemorar, por outro enfrenta problemas na justiça causados por sua dispensável porção “policialesco sensacionalista”.
O Ministério Público Federal abriu ação civil pública na qual pede que a Record veicule uma retratação por conta de declarações feitas pelo jornalista Marcelo Rezende durante uma edição do “Cidade Alerta” exibida em 23 de junho de 2015. Segundo o MP, o apresentador fez incitações à violência ao narrar uma perseguição policial. Na ação, um policial matou um suspeito com quatro tiros à quima-roupa. Tudo transmitido ao vivo.
De acordo com o o procurador da República Pedro Antonio de Oliveira Machado, as imagens eram inapropriadas para o horário e não respeitaram a finalidade educativa e cultural a que estão subordinadas as emissoras de televisão.
Já a Record alega que se tratava de uma transmissão em tempo real, impossibilitando um trabalho de edição, além de ser impossível prever o desfecho da perseguição.
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