Parece que nada será como antes no futebol. Principalmente no maltratado futebol brasileiro.
Não que os dois fenômenos guardem relação entre si. Mas constituem sintomas claros de que estruturas e arranjos tradicionais se desmancham rapidamente diante das inovações.
No caso do Corinthians, a montagem do time foi bem conduzida. Tanto que no ano da volta de Tite, o condutor do processo, o torcedor já pôde comemorar mais um título brasileiro. O treinador foi trabalhando o grupo em meio a três desclassificações traumáticas, todas no Itaquerão. No Paulista para o arquirrival Palmeiras. Na Libertadores, sonho de consumo, para o inexpressivo Guarani do Paraguai. Na Copa do Brasil, para o Peixe. Mas o Corinthians focou o Brasileiro e terminou campeão e jogando bem. Perdeu boa parte desse trabalho em função da saída de um punhado de jogadores. E com um retorno financeiro por essas saídas considerado decepcionante.
Pode até ter sucesso na Libertadores. O nível rasteiro do futebol atual no continente permite sonhar. Mas a situação merece uma reflexão. Um time com uma grande torcida, uma arena moderna e paparicado pela rede da televisão, não conseguiu se bancar diante do assédio do mercado chinês. Faltou planejamento? Os contratos foram mal alinhavados?
A reflexão sobre o desmanche corintiano na véspera da Libertadores vale também para os dirigentes de outros clubes.
Assim como também as prisões que assombram a grã-cartolagem latino-americana. O conluio com as grandes redes de televisão e a cumplicidade dos dirigentes de clubes não bastaram para encobrir falcatruas e maracutaias. A prisão se tornou um pesadelo e, em alguns casos, uma realidade para os supercartolas.
Diretores ou assessores não-remunerados que passam o dia inteiro nos clubes não enganam mais ninguém. Estão lá, com raras exceções, para morder comissões e propinas. Está explícito.
Não podem fazer isso às claras porque seriam enxotados dos cargos. Fazem por baixo do pano. E, aí, são flagrados pelo fisco de outros países. Ou por operações do tipo Lava Jato que devem estar chegando bem pertinho do mundo da bola.
Australian Open
O primeiro Grand Slam do ano começa amanhã (17) e tem previsão de encerramento para o dia 31 deste mês. Thomaz Bellucci (37º) enfrenta na primeira rodada o jovem tenista local Jordan Thompson (149º), convidado da organização. Na chave feminina, a pernambucana Teliana Pereira (46ª) enfrenta a romena Monica Niculescu (38ª) na rodada inicial. Os canais ESPN transmitem a competição.
Abre o olho
O Santos perdeu mais um duelo na janela de transferências. Depois de tentar os zagueiros Kadu, Thiago Heleno, Erazo e se interessar por Gum, o Peixe perdeu a disputa com o Fluminense por Renato Chaves. O beque assinou com o clube carioca nesta semana. Após perder jogadores importantes, o Corinthians começou a reposição. O meia-atacante Guilherme, ex-Atlético/MG, vai assinar com o clube na próxima semana. O Timão também está perto do volante Willians, do Cruzeiro, e mostrou interesse em Alison, do Santos, que já vetou a negociação. O São Paulo acertou com atacante Kieza, do Bahia, autor de 29 gols na temporada passada e o Palmeiras finalmente fechou com o volante Jean, do Fluminense.
