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David Bowie, um gênio até na despedida

14/01/2016 Christian Moreno
David Bowie, um gênio até na despedida | Jornal da Orla
A memória mais antiga que guardo da obra de David Bowie não é musical, mas cinematográfica, quando ainda criança assisti “Labirinto: A Magia do Tempo”.
 
Anos depois, comprei em vinil a trilha sonora do mesmo filme, composta por ele, que traz uma das mais belas baladas pop que conheço: “As the world falls down”. Só a partir disso passei a me interessar por sua carreira musical.
 
Muito já foi dito após sua morte, que pegou o mundo de surpresa no início da semana, dois dias após seu 69º aniversário e do lançamento do álbum “Blackstar”. 
 
O disco é a mais bela e impressionante despedida de um artista que já vi. Só alguém com a genialidade de Bowie conseguiria correr contra o tempo enfrentando um câncer irreversível para entregar aos fãs um último trabalho, e de qualidade – vários críticos musicais consideram “Blackstar” uma obra-prima. 
 
Todas as homenagens ao “Camaleão do rock” são mais do que merecidas, assim como o espaço que o noticiário sobre sua morte tem ocupado na mídia.
 
Mesma mídia que costuma nos presentear diariamente com doses cavalares de nulidades, anabolizada pelas redes sociais. Na noite de domingo, algumas horas antes de David Bowie nos deixar, o “Fantástico” da Rede Globo exibiu com destaque uma entrevista com Ivete Sangalo na qual a cantora explicou uma crise de ciúmes que teve durante um show ao ver seu marido conversando num camarote com outra mulher.
 
Aliás, este foi um dos assuntos mais discutidos no país semana passada – tanto que virou tema de extensa reportagem em revista dominical televisiva.
 
A arte de David Bowie sempre foi encorajadora para a quebra de paradigmas sociais, fuga ao lugar-comum, ousadia. Um elemento transformador. Infelizmente, algo cada vez mais raro dentro da mediocrizante indústria cultural. 
 
Desastre – E Xuxa Meneghel começou 2016 registrando seu pior resultado de audiência desde que estreou na Record. Tendo a filósofa contemporânea Valesca Popozuda e Diogo Nogueira como convidados, registrou 4,9 pontos de média. Menos da metade do obtido por Ratinho no SBT: 11 pontos.