1) O Planejamento Estratégico, documento que o Comitê de Gestão do Santos deve apresentar para aprovação do Conselho Deliberativo, foi rejeitado e devolvido por inconsistência.
2) Os balancetes trimestrais que o Estatuto prevê não foram apresentados ao Conselho neste ano de 2015.
3) Membros escolhidos entre os conselheiros e indicados pelo presidente Modesto Roma, para substituir os que se demitiram ou foram demitidos do Comitê de Gestão, tiveram a indicação rejeitada pelos pares no CD.
À primeira vista, esse conjunto de ocorrências pode parecer estar circunscrito à simples burocracia. Mas não. Na verdade traduz a maneira com que a direção atual do Santos olha para o futuro do clube.
Planejamento Estratégico, balancetes, Comitê de Gestão, para começo de conversa, fazem parte do Estatuto aprovado pela Assembleia Geral, instância máxima do clube, em 2011 por praticamente 100% dos associados que votaram. CD e CG com presidente e vice, estão abaixo. O Estatuto tem de ser, portanto, respeitado e obedecido pelos dois. Modesto Roma e César Conforti, que se elegeram com 27% dos votos em dezembro de 2013, quando agem dessa maneira em relação ao Estatuto, dão a impressão de que se acham acima das determinações dele.
De um lado, o clube anda para trás em pontos de modernização importantes introduzidos no Estatuto como o compartilhamento das decisões e a transparência. Anda para trás também na profissionalização. De outro, descuida do mais importante: um planejamento do futuro cuidadosamente discutido com os conselheiros.
O futebol se reinventa no mundo e no Brasil: passa a fazer parte do entretenimento de alto nível com públicos que pagam ingressos caros e exigem conforto e espetáculos de alto nível de habilidade nas arenas modernas.
O Santos limita-se a discutir pontualmente e de maneira fechada as questões que podem inserir ou separa o clube de uma elite fechada que vai se formatando nesse novo cenário.
A perspectiva do Peixe para os próximos anos vai se tornando cada vez mais preocupante para o torcedor.
Idas e vindas
O Santos acordou no mercado de transferências. Apresentou nesta semana o atacante Paulinho, que chega por empréstimo do Flamengo, e selou a venda do lateral-direito Rafael Galhardo para o Anderlecht, da Bélgica, por R$ 4,4 milhões. O Peixe também fez proposta pelo atacante Joel, do Cruzeiro, e o zagueiro Renato Chaves, da Ponte Preta. Victor Ramos, que não foi bem no Palmeiras, é o plano B da diretoria alvinegra para a zaga.
Joãozinho
O ex-jogador, ex-treinador e ex-supervisor das divisões de base do Santos ingressou com uma ação na justiça contra o clube. Um dos itens reclamados pelo capitão do título de 78 se refere a danos morais. Joãozinho foi demitido em abril, teve promessa de recontratação não cumprida pela direção do clube e se sente prejudicado por boatos e rumores que ele entende ter origem entre os dirigentes do Santos.
O capitão age com extrema dignidade: afirma que se há alguma coisa contra ele, deve ser provada e a demissão ser feita por justa causa.
Desmanche
O futebol chinês arrasou o Corinthians. O campeão brasileiro perdeu peças importantes da campanha do título. Renato Augusto, Jadson e o volante Ralf seguiram para o Oriente. Vagner Love tinha uma proposta para o mesmo rumo, mas decidiu jogar no Mônaco, da França. Outros três pilares do time também podem dar adeus nos próximos dias: o goleiro Cássio, para a Turquia, e o zagueiro Gil e o volante Elias também para o futebol chinês. A diretoria corintiana tratou o assunto durante a semana com irritação e desânimo.
Alerta
O Santos passou para a segunda fase da Copa São Paulo sem empolgar, com duas vitórias magras (1×0 e 2×1) e um empate sem gols, quando já estava classificado. Mas o futuro de alguns atletas com a camisa do clube está em risco. Dos 25 jogadores inscritos, 12 estão com o contrato próximo do fim. Um deles é o meia Caio (foto), camisa 10 e destaque do time, cujo vínculo se encerra no dia 31/7 deste ano.