Quando foi divulgado que a Rede Globo produziria uma nova versão da “Escolinha do Professor Raimundo” para homenagear o clássico humorístico, fiquei com um pé atrás. Remakes sempre são perigosos, ainda mais em se tratando de um programa tão marcante que reuniu personagens inesquecíveis e um elenco de mestres da arte de fazer rir.
Eis que, semana passada, o canal a cabo Viva exibiu cinco episódios do especial – e o resultado foi excelente. Um bom texto e ótimas caracterizações/atuações honraram o legado deixado por Chico Anysio e sua turma.
Coube a Bruno Mazzeo, um dos filhos do humorista, a responsabilidade de encarnar o Professor Raimundo e conduzir as “aulas”. Função bem cumprida, levantando a bola para seus alunos.
Difícil destacar alguém na classe, mas começo com o mais surpreendente, pelo menos a meu ver: Mateus Solano como Zé Bonitinho. Sua qualidade como ator já conhecíamos, mas desta vez ele roubou a cena mostrando uma veia cômica incrível ao encarnar o personagem imortalizado por Jorge Loredo.
Outros que se sobressaíram já possuem mais intimidade com o humor: Rodrigo Sant’Anna (hilário na pele do Seu Batista), Marcelo Adnet (Rolando Lero), Dani Calabresa (Catifunda) e Lúcio Mauro Filho (revivendo o Aldemar Vigário, que era interpretado por seu pai, Lúcio Mauro).
Entretanto, como eu disse, o resultado final foi tão bom que é injusto deixar de citar os demais: Evandro Mesquita (Armando Volta), Maria Clara Gueiros (Dona Cândida), Otávio Muller (Baltazar da Rocha), Otaviano Costa (Ptolomeu), Fabiana Karla (Cacilda), Marco Ricca (Pedro Pedreira), Marcos Caruso (Seu Peru), Fernanda Souza (Tati), Ângelo Antônio (Joselino Barbacena), Betty Goffman (Dona Bela), Fernanda de Freitas (Marina da Glória), Marcius Melhem (Seu Boneco), Ellen Roche (Capitu) e Kiko Mascarenhas (Galeão Cumbica).
Vale também lembrar o trabalho de Cininha de Paula na direção – ela foi a diretora da “Escolinha” nos anos 80/90.
Para quem perdeu, a Rede Globo vai mostrar o remake a partir do dia 13 de dezembro, semanalmente, após o “Esquenta”. Serão sete episódios, sendo dois inéditos.
Com o humor tão em baixa na tevê aberta, não será surpresa se a nova “Escolinha do Professor Raimundo” ganhar mais aulas na programação da Globo. Antes um remake bem feito que uma novidade sem graça.
Oportunidade – Essa homenagem bem que poderia ser usada como gancho por programas da casa, como “Domingão do Faustão” ou até mesmo o “Fantástico”, para relembrar antigos integrantes da “Escolinha” ainda vivos (algo que a Record fez tempos atrás) e repercutir a nova edição com atores escolhidos para fazer o remake. Por enquanto, só o “Video Show” fez alguma coisa.