Primeiro-secretário da Câmara Federal, o deputado Beto Mansur (PRB-SP) decidiu arquivar o processo de investigação aberto na Corregedoria contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de quem é aliado.
 
 A decisão foi tomada após duas semanas de análise. Cunha, para quem não sabe, está atolado até o pescoço em denúncias de envolvimento na roubalheira da Petrobras. Ele é acusado de receber milhões de dólares em propinas e de mentir aos colegas, ao negar a existência de contas secretas não declaradas na Suiça.
 
Mansur negou dar sinal verde para uma ação contra Cunha assinada por 30 deputados, que pediam a cassação do mandato do presidente da Câmara.
 
Ao site da Revista Veja, Mansur procurou explicar porque negou o pedido de abertura de investigação contra o presidente da Câmara Federal: “Ninguém, pode ser condenado pelo mesmo crime com duas penas. É uma decisão técnica”.
 
Certamente Beto Mansur vai ter mais dificuldades em explicar aos seus eleitores porque salvou o pescoço do aliado. Politicamente ficou numa situação muito difícil. Numa parábola, seria como o amigo que beija a viúva e se atira na cova junto com o corpo do falecido. Mansur sabe que se meteu numa enrascada. Afinal, bobo, ele não é!