![Que saudades!!! | Jornal da Orla](https://jornaldaorla.com.br/wp-content/uploads/noticia/2015_11_27_16_42_29_0971.jpg)
-É sempre a mesma coisa. – Reclamávamos. Afinal, lá não havia outras crianças. Eram somente adultos que ficavam um tempo enorme ao redor da mesa do almoço, falando a respeito de coisas tolas, que não nos interessavam.
Tudo era monótono. E nos perguntávamos como nossos pais podiam gostar daquela comida. Todo domingo era a mesma.
Risoto, frango assado, maionese. Qual a graça? Por que não podíamos ir a outros lugares, passear, jogar bola?
Todos diziam que domingo era o dia da família. Durante a semana, o trabalho e a escola envolviam os familiares, de tal forma, que nem se encontravam para as refeições.
Quando um estava chegando, o outro estava saindo. Por isso, diziam, aqueles encontros semanais eram tão importantes.
Lembramos agora, com saudade, daqueles dias em que estávamos juntos, em que o riso corria solto por tudo e por nada.
Mesmo que os pequenos ficassem emburrados em um canto, podíamos ouvir a conversa descontraída e constante, durante horas.
Sim, porque depois do almoço, ficava-se para esperar o café da tarde: bolo, bolachas, queijo, geleias, pães variados.
Para esse horário, habitualmente, chegavam tios e tias, com a filharada. Então, sim, havia os primos legais com os quais compartilhávamos as brincadeiras e nos faziam esquecer de como as horas, até ali, haviam sido chatas.
Domingos em família.
O tempo rolou. Crescemos, ficamos distantes do lar, alguns anos, para os estudos universitários, pós-graduação, especialização.
Constituímos nossa família, iniciamos a carreira profissional longe das nossas raízes.
Quando começaram a chegar os filhos, lembramos dos domingos da nossa infância. E uma certa nostalgia, vez ou outra, nos bate à porta do coração.
Almoço em casa dos pais, dos avós, somente em períodos de férias. E, ao chegarmos ali, há tanto a falar, a dizer, a lembrar.
Recordamos da infância e das reclamações. Com certeza, hoje são nossos filhos, sobretudo os adolescentes, que devem achar tudo chato e repetitivo.
-Férias deveriam ser mais animadas, com viagens pitorescas! – Devem dizer, nos poucos dias que ficamos com a família.
Logo mais, como nós mesmos, eles recordarão desses momentos com saudade. E, como nós, possivelmente, os desejarão reprisar, mesmo que seja somente, por alguns poucos dias por ano.
[com base na Redação do Momento Espírita]
Quase sempre as coisas acontecem assim. Enquanto estamos gozando do convívio dos familiares, não damos o devido valor.
Tudo parece corriqueiro, rotineiro. Contudo, basta que circunstâncias nos distanciem, ou que alguém feche a mala e se bandeie para a pátria espiritual, e a saudade se apresenta.
Então, a vontade de reprisar conversas tolas, brincadeiras inocentes e reuniões tidas antes por fastidiosas, se apresenta.
O que não daríamos por uma dessas reprises!!!
Pensemos sobre o que temos, agradeçamos as horas familiares de que dispomos.
Gozemo-las, intensamente. E coloquemos todas as lembranças no baú do coração para um dia, que poderá ser próximo ou distante, em que já não tenhamos alguns amores ao nosso lado.
PAZ, SAÚDE E PROSPERIDADE
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