Final de ano chegando, daqui a pouco começam as retrospectivas.
Uma que já pode ser feita é a do 2015 da seleção brasileira. O ano começou sendo visto como o da reestruturação. Porque não sobrou nenhum resquício da aura tradicional da única pentacampeã. Os 7 a 1 da semifinal da Copa no ano passado não deixaram pedra sobre pedra.
Além de escancarar a nossa decadência, aquela humilhação também convenceu os últimos céticos quanto à evolução do futebol de outros planetas.
Lógico que não dá para acreditar numa reestruturação comandada pelo mesmo grupo de cartolas e pelas mesmas práticas que levaram o futebol brasileiro a esse abismo.
Mesmo assim, funcionou como uma ducha de água gelada a volta ao passado com Dunga. O treinador de 2010 já conviveu com convocações determinadas por empresários de atletas e por patrocinadores. Um ex-empresário, Gilmar Rinaldi, está infiltrado na comissão técnica atual.
É evidente que nenhum treinador e nenhuma comissão vão equacionar os problemas estruturais do futebol brasileiro. Assim como também é evidente que estágios na Europa também não vão colocar o treinadores brasileros no nível dos profissionais de ponta do futebol atual. O próprio Dunga andou estudando pela Europa.
A seleção chega ao final do ano sem a base do time definida. Além de Neymar, só Douglas Costa e William se firmaram.
O torcedor olha desconfiado. Não acredita nos cartolas. Não sente firmeza em Dunga. Não tem identificação com os jogadores.
Daí, brota naturalmente a suspeita:
Se em casa, no ano passado, foi de 7 a 1, como vai ser fora de casa?