Esportes

Esporte amador: rendimento acima do resultado

14/11/2015Da Redação
Esporte amador: rendimento acima do resultado | Jornal da Orla
A cidade de Santos sempre foi um exemplo de desenvolvimento de esportes amadores. O amadorismo, segundo o dicionário Aurélio, é aquele que se dedica a uma arte ou ofício por prazer, sem fazer destes um meio de vida. Os mais românticos podem enxergá-lo como um hobby, uma paixão sem limites e não procuram fazer disso, uma profissão. 

De todas as maneiras, a prática do esporte amador é motivada única e exclusivamente pelo amor. Sentimento esse que independe de suas habilidades e técnicas, apenas visando à prática e/ou a melhora no condicionamento físico de cada atleta.

O professor do curso de Educação Física da Universidade Metropolitana de Santos (Unimes), Fabrício Madureira, explica que uma das principais condições para o fator evolutivo do esporte amador é que, diferentemente do esporte profissional, o foco do atleta não é o resultado do pódio e sim, os benefícios que isso pode dar em sua vida.

“Um grande exemplo são as provas de travessias marítimas. Algumas provas possuem 1500m nadando e muitos não conseguem nadar, porque se trata de uma condição. Se o atleta completa a prova, pouco importa sua colocação, a alegria dela é exteriorizada. Vemos muito isso no final das maratonas. As pessoas sentadas, emocionadas e comemorando. Na sua grande maioria, elas estão preocupadas apenas com o feito”, conta.

Nome do esporte
O atleta da Fefis-Unimes e da R4 Academia, Cláudio Scorcine, é um dos grandes destaques dentro do esporte amador. Ele, que aprendeu a nadar aos 5 anos de idade, sempre esteve ligado a algum tipo de atividade física e descobriu uma grande paixão dentro d’água.

A história do atleta começou durante o curso de Educação Física, quando decidiu entrar para o time de competições da Fefis. Na época, com 29 anos, escolheu participar da primeira prova de triathlon, em São Vicente, por conta dos treinos que o curso da faculdade pedia. A partir daí, o salto foi ainda maior.

Em outubro deste ano, aos 33 anos, Scorcine ficou em terceiro lugar na prova que valia a classificação para o Ironman, modalidade de triathlon de longas distâncias com 3,8 km de natação, 180 km de ciclismo e 42,195 km de corrida. Com tanta dedicação, a classificação foi conquistada e ele embarca para a próxima edição do torneio em 2016, que acontece na Austrália.

“Foi o momento mais importante da minha vida no esporte. É uma prova que é relativamente difícil, eu não esperava, pois já tinha feito essa prova em 2011. A marca Ironman é muito forte e só nessa prova participaram 2.800 pessoas. É um número muito grande de inscritos em cada categoria, eu já sabia que na minha categoria tinha mais de 450 pessoas e seria difícil eu ter alguma classificação boa”, disse.

Para ele, o fato de ter sucesso é saber usá-lo como uma motivação, traçar uma meta e pensar nos benefícios que ela traz. “O esporte é uma maneira de você estar envolvido com uma atividade física o tempo inteiro. O principal benefício que o esporte me trouxe é isso: sempre estar envolvido com várias metas. Eu acabo uma competição e já estou pensando em qual competição eu vou me escrever para me manter treinando. Se eu não chegar terminar ‘morto’, eu poderia ter feito mais forte, aquela competição vai ficar marcada porque eu poderia ter feito melhor. Não penso em ganhar de um ou perder de outro, eu vou para fazer o meu melhor naquele momento, naquele dia.”