Coluna Dois

Três tons de cinza no Santos

31/10/2015
Três tons de cinza no Santos | Jornal da Orla
Dentro de campo, o futebol apresentado pela equipe de Dorival Júnior merece aprovação entusiasmada dos torcedores.

Fora de campo, o planejamento estratégico 2015-2017 apresentado pelo Comitê de Gestão presidido por Modesto Roma mereceu rejeição preocupada dos conselheiros.

O primeiro tom de cinza do momento do Peixe é o prateado, brilhante, do entusiasmo: “Eu adoro ver esse time do Santos jogar.” Quem se rende publicamente ao futebol exuberante do Peixe é o comentarista da Rede Globo de Televisão, Walter Casagrande Jr. O comentário foi feito durante a transmissão da semifinal da Copa do Brasil, contra o São Paulo, na Vila Belmiro, na quarta-feira (28), após o terceiro gol do Santos, pouco depois da metade do primeiro tempo.

O segundo tom de cinza já tem o brilho do entusiasmo temperado com o cinzento mais carregado das nuvens escuras da preocupação:

“Muita coisa pode ir mal na Vila Belmiro, o clube tem problemas financeiros, administrativos, de marketing, mas quando a bola rola, toda a grandeza do Glorioso Alvinegro Praiano refulge maravilhosamente~.

O comentário reproduzido aqui é do jornalista Odir Cunha, um dos principais historiadores do Santos.

O terceiro tom de cinza, já bem mais cinzento, é o da preocupação com o futuro do clube:

Conselheiros do Santos retiram da pauta da reunião desta quinta-feira a votação do Planejamento Estratégico apresentado pelo CG para o triênio 2015-2017.

Os conselheiros rejeitaram o documento argumentando superficialidade e falta de propostas concretas para lidar com questões vitais para o futuro do clube, como redução da dívida, aumento de receita e ampliação do quadro de associados.

A revisão orçamentária apresentada para 2015 prevê um rombo de R$ 22,8 milhões, o que potencializa ainda mais a importância dessas questões destacadas pelos conselheiros.

No Brasil, todos estão vacinados contra a vivência inebriante de uma euforia de momento sem preocupação com a preparação do futuro. 

É muito recente a lembrança da febre de consumo eufórico e irresponsável da “marolinha do Lula”, em 2010, 2011, quando o Brasil era o país moda, tudo parecia perfeito e a economia brasileira jogava um futebol redondinho. A crise atual estava sendo gestada naquele momento.

Brasileiros não queriam essa sequência para o país. Torcedores e conselheiros também não querem coisa parecida para o Santos.    
 
Finalistas
Com as finais da Copa do Brasil agendadas para os dias 25 de novembro e 2 de dezembro, Santos e Palmeiras vão fazer o que estão acostumados. Estar em uma final de campeonato nacional. Contando o Brasileiro Unificado e a Copa do Brasil, o Verdão chega para a sua 14ª finalíssima, enquanto o Peixe faz a 13ª. Os dois possuem bom retrospecto: o Palmeiras conquistou nove títulos e o Santos oito. 
 
Televisão
Juntos em mais uma final em 2015, Santos e Palmeiras possuem motivos de sobra para não gostar das cotas de televisão para os clubes. A dupla recebe e aparece bem menos que os rivais São Paulo e Corinthians na TV aberta. Entre 2010 e 2014, o Peixe apareceu 83 vezes enquanto o Palmeiras foi transmitido em 79 oportunidades. Já Corinthians e São Paulo foram ao ar 204 e 147 vezes respectivamente. Na Inglaterra, o acordo é bem diferente. Do montante total, 50% é dividido igualmente para os 20 clubes, 25% pela campanha do último campeonato e 25% pelo número de partidas transmitidas. Parece bem mais justo, não?
 
Brasileirão 
A 32ª rodada do Brasileirão tem como destaque o clássico na Vila Belmiro entre Santos e Palmeiras, no domingo, às 17h. Além de ser um jogo de seis pontos para o G-4, serve como prévia da final da Copa do Brasil. No mesmo horário, o jogão entre Atlético/MG e Corinthians pode praticamente sacramentar o campeão ou dar sobrevida ao campeonato. Antes, no sábado, o abalado São Paulo recebe o embalado Sport do técnico Falcão às 17h, no Morumbi. 
 
Joãozinho
A demissão do ex-supervisor das categorias de base, atleta e treinador que faz parte da história do Santos, completa 6 meses e ele ainda não foi recontratado, compromisso assumido pela gestão de Modesto Roma.

Nesse episódio, só Joãozinho conserva a coerência. Nestes seis meses, ele tem tentado incansavelmente, ainda sem sucesso, levantar a verdade sobre as razões que provocaram a demissão. 
 
Surfe
Deu Brasil na penúltima etapa do ano, em Peniche, Portugal. Ontem (30), Filipinho Toledo foi o grande campeão e o contêrrâneo Ítalo Ferreira ficou com o vice. O resultado deixou o Campeonato Mundial completamente aberto restando apenas a etapa de Pipeline, no Havaí. O terceiro título no ano colocou Filipinho a apenas 200 pontos do líder Mick Fanning, que tem 49.900 pontos. Ainda têm chances os brasileiros Adriano de Souza, um pouquinho atrás com 49.450, e Gabriel Medina com 45.350, respectivamente, 3º e 4º do ranking. A etapa de Pipeline está marcada entre os dias 8 e 20 de dezembro. 
 
De volta 
Neste domingo, véspera de feriado, o México vai voltar a sediar uma corrida de Fórmula 1 após longos 23 anos. O Autódromo Hermanos Rodriguez passou por uma grande reforma que custou cerca de R$ 50 milhões para voltar a ter um GP. A última corrida no circuito foi disputada no dia 22 de março de 1992 e vencida pelo britânico Nigel Mansell. Essa também foi a primeira vez que o heptacampeão mundial Michael Schumacher subiu ao pódio em sua carreira. O GP do México será transmitido ao vivo pelo Sportv, às 17h. Mais um show do já campeão Lewis Hamilton?
 
Piquet
Esta sexta-feira, dia 30, marcou 28 anos da conquista, pelo piloto brasileiro Nelson Piquet, em 1987, do tricampeonato mundial de F-1.