O vereador Evaldo Stanislau (Rede) admite que pode ser candidato a prefeito de Santos no ano que vem. Nesta entrevista, ele fala também sobre os motivos que o levaram a trocar o PT pela Rede e sua postura em relação às administrações do PSDB em Santos e no Governo do Estado.
Confira a entrevista completa:
A gota d´água para sua saída do PT foi a demissão de Arthur Chioro do Ministério da Saúde ou foi o conjunto da obra da reforma ministerial?
Evaldo Stanislau – Foi uma decisão bastante amadurecida. O PT, como um todo, é composto por gente muito boa, com compromisso público, mas, lamentavelmente, tem uma direção que vem se equivocando. E quem sofre são as pessoas que estão na ponta. Evidentemente, a falta de uma ação governamental forte e de diálogo com a base, e uma atitude tão desesperada que acabou entregando uma área tão importante como a saúde para outro partido, cujo projeto político não é aquele defendido desde sempre, foram fundamentais. Sem falar de uma política econômica absolutamente equivocada.
O Rede é um partido que já nasce forte, com grandes lideranças. O senhor se colocaria na disputa pela Prefeitura de Santos no ano que vem?
Evaldo – De fato, a Rede já nasce forte, quadros importantes da política migraram para ele. A nossa região está bem representada, tem representantes em todos os municípios, e meu futuro dentro do partido vai ser definido no momento oportuno. Sou um homem público, estou a serviço deste projeto político. Há uma vontade de a Rede tem candidatos em todos as cidades e certamente, quando for pauta, meu nome estará à disposição. Mas isso ainda é objeto de debate dentro do próprio partido.
No ano passado, o Rede manifestou apoio ao PSDB, mas o senhor tem uma história de oposição ao partido tucano, seja a nível municipal ou mesmo estadual. Como fica agora a sua posição em relação aos governos do PSDB?
Evaldo – Uma das características da Rede que mais me atrai é ela ter uma distribuição de poder horizontal. Então, a participação de cada integrante é importante. A posição da Marina Silva foi a posição dela naquela época, naquela conjuntura política, e não necessariamente representa hoje a posição da Rede. Tanto que houve, aqui na nossa região, uma posição de independência e não-apoio à reeleição do governador Geraldo Alckmin, em oposição à posição do PSB, que naquele momento havia acolhido a Marina Silva. A minha posição é bastante tranquila, continuo como líder da oposição na Câmara de Santos. Não comungo dos mesmos pensamentos do PSDB, muito menos do Alckmin e sequer do Aécio Neves, e enfatizo que a Marina, quando Aécio defendeu o impeachment, ela se colocou contrária, defendendo a legitimidade do pleito eleitoral.
O senhor era um dos principais quadros do PT, portanto reúne condições de fazer uma avaliação de como o PT vai para a eleição do ano que vem, em Santos.
Evaldo – Eu não me sinto à vontade de fazer qualquer análise do PT. As críticas ao PT, os problemas dele, já são ditos por várias pessoas. Eu saio do PT pela porta a frente. Conversei longamente com a presidente do Diretório, Maria Lúcia Prandi. Acho que o Diretório de Santos é feito de pessoas honestas, trabalhadoras, comprometidas com a causa pública e que já deram uma contribuição importante para a cidade. Espero que o Diretório de Santos, assim como o governo federal, deem certo. O fato de eu ter saído do partido não significa que a gente tenha rachado, que eu queira o mal de quem lá fica. Ao contrário. Estou apostando em um novo projeto. O Brasil está polarizado e a Rede é uma nova proposta, representa uma renovação e abre as portas para a juventude e as pessoas que querem pensar diferente, fora desses extremos.