Enoleitores,
Nesta semana, participei de um novo formato de encontros da ABS Litoral. Criou-se o “Bate-Papo sobre Vinho”, uma espécie de mesa-redonda, na qual alguém prepara uma leve exposição do tema e depois são apresentados os vinhos para serem degustados às cegas, para evitar preferências ou precoceitos, e discute-se em grupo.
O objetivo maior é: “este vinho me agrada?” Depois quem quiser pode analisar. Para este encontro ficou estipulado que eu e Suely Cardoso, prepararíamos o evento. Escolhemos o tema: “A uva Pinot Noir nas Américas”, com o objetivo de conhecermos um pouco mais a expressão desta casta em vinhos de diferentes terroirs. Escolhemos os seguintes países:
Argentina, sendo representado pelo Humberto Canale Estate Pinot Noir 2013, da Patagônia, de cor vermelho rubi, halo rosado, exalava aromas de frutas vermelhas, especiarias, couro, na boca seco, acidez presente, levemente alcóolico, média persistência deixando um retronasal de morangos, e apesar de um vinho jovem foi perdendo aromas durante a prova.
Estados Unidos, da Califórnia provamos o Marimar Estate Don Miguel Vineyards Pinot Noir 2006. Seu visual apresentava um vermelho rubi mais escuro, seus aromas eram de frutas negras em compota, pimenta do reino e couro. No paladar seco, boa acidez, taninos finos, médio corpo e persistência, deixava um gostinho de geléia de amoras.
Também dos Estados Unidos, de Oregon, Dmaine Serene Evenstad Reserve 2008, um vinho vermelho rubi, brilhante, no olfato frutas negras, especiarias, couro, ervas, na boca seco, acidez equilibrada, taninos finos, corpo médio, boa persistência deixando no retronasal um gostinho herbáceo.
Brasil, representado pelo Pericó Basaltino Pinot Noir 2013, da região de São Joaquim, Santa Catarina. De coloração vermelho rubi já apresentava um halo acastanhado, no nariz percebemos frutas vermelhas, toque floral, terra úmida e mineralizada, na boca seco, taninos finos, macio, porém faltava acidez e persistência média, deixando na boca um gostinho de framboesa.
Chile, provamos um representante do Vale de Leyda, em San Antonio, o Amayna Pinot Noir 2011, este já apresentava uma cor vermelha violáceo, halo rosado, no olfato frutas vermelhas em compota, mais precisamente goiaba e especiarias, no palato era seco, acidez correta, sobrava um pouco de álcool, média persistência, retronasal remetia a frutas vermelhas.
O grupo decidiu tabular a escolha geral e chegou na seguinte conclusão:
Em primeiro lugar ficou o representante do Oregon (EUA), depois foi o chileno, em terceiro o californiano (EUA), por dois votos apenas a mais que o quarto, o brasileiro, e por último, o argentino.
Foi uma boa reunião, muito agradável em que todos puderam participar, discutindo amigavelmente e fortalecendo nossos conhecimentos em torno de nossa bebida predileta.
Enoabraços e uma ótima semana a todos!