
Crise econômica, recessão, desemprego, falta de dinheiro, parece que nada é capaz de vencer uma boa e inovadora ideia quando o assunto é empreendedorismo. Pelo menos na opinião do consultor do Sebrae e presidente do Grupo Coach, Alexandre Cury, que esteve em Santos proferindo palestra sobre o tema na Universidade Santa Cecília.
“Acredito que todas as pessoas podem se tornar empreendedores de sucesso”, aposta o coaching. Como boa ideia ele se refere a um produto ou serviço que faça a diferença no mercado. “Não é ser igual a todo mundo, fazer o que a maioria vem fazendo. Vivemos a era das ideias. O intelecto é que faz a diferença na economia criativa, não a formação”, diz.
Mas só o pensamento inovador não garante o êxito da empreitada. Cury aponta outros importantes quesitos para trilhar o caminho do sucesso, como ter paixão pelo que faz, analisar as necessidades do mercado, planejar, montar estratégias e, principalmente, ter equilíbrio emocional.
Quanto ao dinheiro – cuja falta é o grande empecilho para a maioria dos candidatos a empreendedores -, Cury diz que esse não é o problema. “Hoje temos no mercado modalidades como sócio operador, investidor anjo e outras, que, na verdade, são pessoas com dinheiro em busca de boas ideias para investir”.
Sonhar e realizar
“Lute com determinação, abrace a vida com paixão. O mundo pertence a quem se atreve e a vida é muito bela para ser insignificante”. A frase atribuída a Charles Chaplin é usada por Alexandre Cury para definir uma característica necessária para quem quer abrir um negócio. “A ousadia faz parte do empreendedor, desde que calculada. Acreditar que vai dar certo é a metade do sucesso, mas é preciso também ter conhecimento, qualidade técnica, resiliência, automotivação e, principalmente, pensamento inovador”.
Em sua opinião, não existem sonhos impossíveis, desde que a pessoa alinhe seus comportamentos a seus valores, tornando seus objetivos mais próximos. “Muitas pessoas têm crenças instaladas que não possibilitam as realizações. O treinamento mostra para o indivíduo que ele é sim capaz de buscar os objetivos dele, desde que tenha uma estratégia e encontre um método para isso”.
O consultor do Sebrae acredita que as falhas que levam a maioria das pequenas empresas a fechar no primeiro ano de funcionamento têm caráter comportamental. “As pessoas abrem na empolgação, sem conhecimento, sem pesquisa de mercado. Muitas vezes embarcam no modismo da época. Existem pessoas que sequer sabem fazer as contas do que vendem. Para abrir um negócio tem que ter controle financeiro e empresarial. Quando atinge o ponto de equilíbrio, o ser humano se afasta da dor e se aproxima do prazer”.
Coaching
Palavra inglesa que significa ato de treinar alguém, a prática do coaching vem sendo muito utilizada e ampliada nos últimos anos. Hoje, além do chamado Coaching Executivo, há várias outras modalidades e formas de aplicar esta metodologia de desenvolvimento humano.
A ferramenta de coaching é o resultado de uma síntese de vários campos do conhecimento, como treinamento e aprendizado de adultos, gestão de mudança, potencial humano, psicologia, teorias comportamentais, pensamento sistêmico, neurociência, entre outros. Cada um destes campos possui modelos teóricos e abordagens próprias de coaching, formando assim um rico painel de possibilidades e formas de aplicação.
Empreendedorismo corporativo
O comprometimento dos colaboradores com a empresa é que faz a diferença, garante o coaching. “Os funcionários devem fazer parte da economia criativa, usar o intelecto para solucionar vários cenários, seja na resolução de problemas, implementação de melhorias, exploração de novas perspectivas mercadológicas, novos produtos e serviços. Para isso a empresa deve apostar no desenvolvimento de competências emocionais, identificando os padrões comportamentais. De nada adianta a pessoa certa no lugar errado”.
E é aí que entra o trabalho do coaching, que ajuda a despertar a visão no indivíduo, passando a acreditar que ele também pode criar e prosperar na empresa, ajudando-o a romper as crenças limitantes que dificultam seu caminho. Entre as dificuldades que Cury observa está a ausência de políticas de reconhecimento e recompensas aos funcionários, a falta de incentivo e também de comprometimento das pessoas.
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