TV em Transe

O final de um desastre

20/08/2015
O final de um desastre | Jornal da Orla
Restando alguns episódios para o final, “Babilônia” ficará marcada como um dos maiores fiascos que a teledramaturgia da Rede Globo já produziu. 

Fraca em em audiência a ponto de ter menos ibope que “Malhação” e a reprise do “Vale a pena ver de novo”. E com uma trama por vezes beirando o humor involuntário. 

De início, foi criticada pelo excesso de violência (merecidamente) e por trazer um casal de lésbicas na terceira idade (injustamente).

Ao tentar mudar os rumos da história, o autor Gilberto Braga se perdeu de vez. E a audiência continuou baixa.

Mas algo ele manteve intacto, justamente um elemento recorrente nas novelas globais das nove que parece estar cansando o telespectador: o excesso de vilania e mau-caratismo de alguns personagens.

“Matar” talvez tenha sido o verbo mais conjugado em “Babilônia”. Um negócio impressionante. Se todos os planos da vilã Beatriz (Glória Pires) tivessem sido bem-sucedidos, o elenco teria sido dizimado quase por completo.

As tentativas de eliminar o próximo, porém, não se limitaram a ela. Neste contexto, Murilo (Bruno Gagliasso) também ganhou destaque. E qual o fim dele? Morreu assassinado, com um picador de gelo cravado nas costas.

Pois taí outra marca de “Babilônia”: a inverossimilhança. Como é que um cidadão é morto no meio de uma pista de dança lotada e NINGUÉM ao redor vê nada? Ele recebe o golpe, não esboça qualquer reação, cai estatelado e todo mundo continua dançando, até que alguém tropeça no cadáver! A galera estava muito distraída por causa da música ou estava chapada mesmo?

Aí cabe a polícia tentar solucionar o caso – aliás, nunca um delegado apareceu tanto numa novela, como trabalha a coitada (Maíra Charken)! São vários suspeitos – eis que Gilberto Braga recorre ao artifício mais manjado da história para alavancar o ibope de um folhetim televisivo: o “quem matou fulano?”.

Em meio a este desastre, dá pena ver o desperdício de talentos, como Glória Pires e a grande Fernanda Montenegro.

Xuxa estreou – Ok, mas e a Xuxa na Record, a maior novidade da telinha na semana? Não costumo analisar estreias por conta do nervosismo natural, principalmente num programa ao vivo. No caso da Xuxa, seu primeiro dia na nova casa foi mais uma apresentação. E olha que ela se saiu até bem, espontânea como nunca havia sido na Globo. Vamos ver o que acontece nas próximas edições, quando o formato de “Xuxa Meneghel” será de fato posto à prova.