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População deve fazer teste de hepatite C para antecipar tratamento

18/08/2015Da Redação
População deve fazer teste de hepatite C para antecipar tratamento | Jornal da Orla
Há cerca de 1,4 milhão de portadores do vírus da hepatite C no Brasil, segundo estimativa do Ministério da Saúde. No entanto, nos últimos 10 anos, pouco mais de 10 mil pessoas foram submetidas a tratamento. Isso porque a grande maioria dos infectados desconhece a presença do vírus no organismo. “Temos de realizar um grande esforço conjunto para fazer a detecção”, afirmou o presidente da ONG Grupo Esperança, Jeová Pessin Fragoso, ao participar do I Simpósio sobre Hepatites Virais, em Cubatão, ocorrido nesta semana.
 
Como não há vacina para a hepatite C, o teste possibilita ao portador a possibilidade de realizar tratamento antes que a doença se manifeste. Com os novos medicamentos que serão fornecidos pelo Governo Federal a partir de outubro, a chance de cura chega a 95% dos casos.
 
“São raros os portadores que apresentam sintomas, como cansaço, perda de apetite e dores nas pernas. Geralmente quando a doença é descoberta, já se tornou uma infecção crônica, o que ocorre em mais de 85% dos casos”, alertou Jeová Fragoso. “A hepatite C é atualmente a maior causa de indicação de transplante (fígado) no País, chegando a 52%”.
 
A transmissão ocorre a partir do sangue contaminado. “Não é possível eliminar o vírus com álcool ou água e sabão. Fora do corpo, ele resiste a 72 horas. Em uma estufa, seria necessário deixar os equipamentos utilizados por uma manicure por duas horas a 160 graus, ou uma hora a 170 graus. O correto seria o salão possuir uma autoclave, o que é raro devido ao custo. Por isso é importante que cada pessoa leve seus alicates de unha quando vai ao salão. Até mesmo uma lixa de unha compartilhada pode contaminar. Exija sempre uma descartável”, aconselhou Jeová Fragoso.
 
O vírus da hepatite C é responsável por cerca de 700 mil mortes por ano no mundo. Mas a Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê a sua eliminação da lista de problema de saúde pública em 2030, em razão dos novos medicamentos que substituirão a terapia com o interferon, que apresenta apenas 40% de sucesso. “Agora a doença tem cura. Mas é preciso que todos façam o teste. O diagnóstico é o primeiro desafio a ser enfrentado pelos profissionais de saúde nessa nova fase”, conclui Fragoso.
 
O Grupo Esperança, com sede na Avenida Conselheiro Nébias, 248, em Santos, oferece apoio aos portadores do vírus da hepatite C na Região Metropolitana da Baixada Santista. O atendimento ocorre de terça a sexta-feira, das 14 às 17h30. O telefone para contato é 3222-5724.